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Atentado com explosivos em carro deixa 30 soldados mortos no Egito

O governo decretou estado de emergência na região, com início no sábado de manhã

Agência France-Presse
postado em 24/10/2014 21:59
Cairo - Um terrorista suicida matou 30 soldados, nesta sexta-feira, ao jogar um carro cheio de explosivos contra um posto de controle do Exército no Sinai egípcio, levando o governo a decretar estado de emergência na região. A medida terá três meses de duração em parte do norte e do centro da Península do Sinai, reduto dos jihadistas, anunciou a Presidência em um comunicado.

O estado de emergência começa no sábado pela manhã (01h00 de Brasília) e será acompanhado do toque de recolhe, acrescentou a Presidência. De acordo com equipes médicas, além dos 30 mortos, outras trinta pessoas ficaram feridas. Esse foi o ataque mais violento contra as forças de segurança desde a destituição do presidente islamita Mohamed Mursi, em julho de 2013.

O atentado suicida foi cometido em uma região agrícola a noroeste de Al-Arich, capital da província do Sinai do Norte, de acordo com autoridades das forças de segurança. Pouco depois do ataque suicida, o presidente Abdel Fattah al-Sissi anunciou três dias de luto nacional e convocou uma reunião do Conselho de Defesa Nacional, "com o objetivo de acompanhar os acontecimentos no Sinai", de acordo com um comunicado da Presidência.

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União Europeia e Estados Unidos criticaram duramente o ataque. "Washington condena fortemente o ataque terrorista contra um posto de controle militar no Sinai", declarou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki. "Um Egito próspero e dinâmico requer um entorno de segurança e de estabilidade", acrescentou.

"Os Estados Unidos continuam apoiando os esforços do governo egípcio de enfrentar a ameaça do terrorismo no Egito, como parte dos nossos compromissos com a sociedade estratégica entre nossos dois países", completou Jen Psaki. O atentado suicida não foi o único ataque contra as forças de segurança nesta sexta-feira na mesma região. Homens armados mataram um oficial e feriram dois soldados em outro posto de controle ao sul de Al-Arich.

Em julho, 22 soldados morreram em um ataque contra um posto de controle militar no oeste do país, perto da fronteira com a Líbia. Em agosto de 2013, pouco depois da queda de Mursi, 25 policiais foram mortos em um ataque próximo da fronteira com a Faixa de Gaza. O Egito é cenário de uma onda de atentados contra as forças de segurança desde a deposição e prisão do presidente islamita.

Esses ataques são reivindicados, principalmente, por grupos extremistas que afirmam agir em represália pela brutal repressão das autoridades do novo governo aos seguidores de Mursi desde que deixou o poder.

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