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Presidente israelense reconhece erros de seu país junto aos árabes

Ele dirigiu-se à comunidade de árabes israelenses por ocasião do aniversário do "massacre de Kafr Qasim", em que 47 civis árabes israelenses foram mortos pela polícia de fronteira de Israel.

KAFR QASSEM - O presidente israelense Reuven Rivlin admitiu neste domingo os erros passados e presentes de Israel ante a comunidade árabe, à qual estendeu a mão num momento em que vários conflitos com os palestinos sacodem Jerusalém Oriental.

Rivlin resolveu, em um gesto cheio de simbolismo, dirigir-se à comunidade de árabes israelenses por ocasião do aniversário do chamado "massacre de Kafr Qasim", ocorrido em 29 de outubro de 1956. A polícia de fronteira de Israel matou naquele dia 47 civis árabes israelenses para impor o toque de recolher nesse povoado perto de Tel-Aviv.

"Estou aqui para dizer outra vez: um crime atroz aconteceu aqui", afirmou Rivlin em Kafr Qasim. "Vim aqui, nestes dias difíceis, para estender-lhes a mão e dizer que estes dias de desafios ameaçam nos levar a um banho de sangue e sofrimento", afirmou.

As declarações do presidente israelense, cujo papel é basicamente honorário, foram feitas em um momento em que Jerusalém Oriente, na parte palestina da cidade anexada por Israel, vive um clima de distúrbios.

A polícia enfrenta manifestantes desde que, na quarta-feira passada, um palestino de 21 anoa jogou seu carro contra um grupo de pessoas, matando um bebê. A polícia em seguida o matou.

Os árabes israelenses são os descendentes dos 160.000 palestinos que permaneceram em sua terra depois da criação do Estado hebreu em 1948. Hoje representam mais de 20% dos oito milhões de israelenses.