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Uruguai terá segundo turno entre os candidatos Vázquez e Lacalle

O Tribunal Eleitoral, que faz a contagem de forma manual, espera divulgar os resultados oficiais nesta manhã

Agência France-Presse
postado em 27/10/2014 08:45
Montevidéu - O ex-presidente esquerdista Tabaré Vázquez e o centro-direitista Luis Lacalle Pou disputarão, em 30 de novembro, o segundo turno da disputa pela Presidência, que o popular José Mujica deixará vaga, segundo as projeções de consultorias privadas sobre as eleições deste domingo.

O candidato da Frente Ampla (FA, esquerda, situação), Tabaré Vázquez, teria obtido por volta de 47% dos votos nas eleições nacionais, seguido de Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional (PN, centro-direita), com 31%.

[SAIBAMAIS]

O Partido Colorado (centro-direita), liderado por Pedro Bordaberry, aparece em terceiro lugar, com 13% dos votos, e já anunciou o apoio a Lacalle Pou no segundo turno. O minoritário Partido Independente teria obtido 3% dos sufrágios e conseguiria, pela primeira vez, uma cadeira no Senado.

Em discurso a simpatizantes, pouco depois da divulgação de novas projeções de consultorias privadas, que atribuíram à Frente Ampla 47% dos votos, Vázquez afirmou que seu partido estaria prestes a conseguir a maioria parlamentar, com a qual governo na última década.

"É um enorme reconhecimento a nove anos de governo da Frente Ampla e ao nosso projeto de país", afirmou o médico de 74 anos.

No campo adversário, Bordaberry declarou apoio a Lacalle Pou para disputar o segundo turno. O candidato do Partindo Nacional afirmou que "está intacta a possibilidade de ser governo" e afirmou que buscará o apoio de outro partidos.

"Não se trata de um tema de maiorias ou não, se trata de chegar ao governo e, para isto, temos que conversar com o Partido Colorado e com outros partidos que ainda não se definiram como o Partido Indepeniente", disse o deputado de 41 anos.

O Tribunal Eleitoral, que faz a contagem de forma manual, espera divulgar os resultados oficiais na manhã de segunda-feira.

A Frente Ampla, no governo desde 2005, corre o risco de perder a maioria parlamentar que lhe permitiu aprovar, na última década, reformas fiscais e da saúde, ou leis como a descriminalização do aborto, o casamento gay e a regulamentação do mercado da maconha.

No mesmo pleito deste domingo, os uruguaios rejeitaram uma reforma constitucional que pretendia diminuir de 18 para 16 anos a idade a partir da qual é possível punir penalmente um jovem por crimes graves, uma vitória para as organizações sociais e a esquerda governista.

A reforma não alcançou 50% mais um dos votos para ser aprovada, segundo pesquisas de boca de urna dos institutos locais de pesquisas.

"Por sorte, o povo uruguaio não aprovou esta reforma retrógrada, reacionária e autoritária, que em nada teria contribuído para reduzir a delinquência. É uma das melhores notícias que recebi hoje", disse à AFP, com sorriso de orelha a orelha, o vice-presidente, Danilo Astori.

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A reforma, promovida pelo candidato Pedro Bordaberry e apoiada pelo Partido Nacional, visava a reduzir a idade de responsabilidade penal para 16 anos em casos de homicídios, lesões corporais graves, roubo com violência, extorsão, sequestro e estupro, entre outros crimes.

A reforma foi promovida pela Comissão para Viver em Paz, criada em 2011, em um cenário de crescente insatisfação da população com a falta de segurança pública.

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