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Ganhadores do Nobel da Paz pedem que Obama revele tudo sobre uso da tortura

Obama, também Prêmio Nobel da Paz, admitiu em agosto que os Estados Unidos haviam praticado tortura

Agência France-Presse
postado em 27/10/2014 16:36
Washington- Doze vencedores do Nobel da Paz fizeram um apelo ao presidente americano, Barack Obama, para que revele o quanto os Estados Unidos recorreram à tortura após os atentados de 11 de setembro e exigiram a divulgação de um relatório sobre as técnicas de interrogatório aplicadas pela CIA.

Obama, também Prêmio Nobel da Paz, admitiu em agosto que os Estados Unidos haviam praticado tortura. "Nós torturamos pessoas", disse ele. Mas a publicação pelo Senado de um relatório sobre as técnicas aplicadas foi adiada várias vezes pela oposição da Agência Central de Inteligência (CIA).

"A confissão do presidente dos Estados Unidos de que seu país pratica a tortura é um primeiro passo para o país fechar um capítulo negro em sua história", escreveram os ganhadores do prêmio na carta assinada pelo arcebispo Desmond Tutu e pelo ex-presidente do Timor Leste José Ramos-Horta, entre outros vencedores.

"A publicação de um relatório da Comissão de Inquérito do Senado será a oportunidade para o país e para o mundo verem, com certo grau de detalhes, até que ponto o governo americano e seus representantes autorizados, ordenaram e cometeram torturas contra seres humanos", acrescenta a carta publicada no site TheCommunity.com.



A CIA enfrenta críticas e acusações sobre o uso de técnicas de interrogatório abusivas entre 2002 e 2006. Ao assumir a Presidência em 2009, Obama proibiu "técnicas de interrogatório agressivas", como a simulação de afogamento, conhecida como "submarino", um método que os serviços de inteligência dos Estados Unidos admitiram usar.

"Nas próximas semanas, estaremos atentos à divulgação do relatório do Senado sobre o programa de tortura dos Estados Unidos que coloca o país em uma encruzilhada", escreveram os ganhadores do Nobel da Paz. "Veremos se os Estados Unidos fecharão os olhos para as consequências de suas ações (...) ou tomarão as medidas necessárias para redescobrir os princípios em que o país foi fundado", concluem.

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