Agência France-Presse
postado em 27/10/2014 18:04
Nova York - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou nesta segunda-feira (27/10) as medidas restritivas impostas aos trabalhadores humanitários na volta de missões na África para o combate ao ebola. "Os trabalhadores que retornam (do oeste da África) são pessoas excepcionais, que se doam para ajudar a Humanidade", afirmou Ban. "Não deveriam ser submetidos a essas restrições que não têm base científica", acrescentou.Os estados de Nova York, Nova Jersey e Illinois implementaram entre sexta-feira e domingo uma quarentena obrigatória para todos os viajantes que estiveram em contato com pacientes contagiados na África, depois que um caso de ebola foi detectado em um médico em Nova York, o primeiro na cidade.
Após sofrer intensas críticas e sob pressão da Casa Branca, o estado de Nova York flexibilizou essas regras no domingo. Uma enfermeira vinda de Serra Leoa foi posta em quarentena na sexta-feira embora não tenha apresentado qualquer sintoma. A funcionária de saúde se queixou por ter sido tratada "como uma criminosa" na sua chegada ao aeroporto de Newark, perto de Nova York, e passou o fim de semana em quarentena em uma barraca de campanha no hospital onde, segundo ela, o banheiro não tinha água.
O isolamento costuma durar 21 dias, prazo máximo para a incubação do vírus. Mas com a pressão da Casa Branca, as autoridades de Nova Jersey aceitaram na segunda-feira suspender a quarentena da enfermeira. O vírus só é transmitido por contato direto com fluidos corporais das pessoas que apresentam sintomas. A epidemia do Ebola deixou cerca de 5.000 mortos neste ano, principalmente na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné (África Ocidental).