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Suécia é o primeiro membro da UE a reconhecer o Estado da Palestina

Segundo a Autoridade Palestina, 135 países reconhecem o Estado da Palestina, incluindo sete integrantes da União Europeia

Agência France-Presse
postado em 30/10/2014 18:03

Estocolmo - A Suécia se tornou o primeiro país da União Europeia a reconhecer o Estado da Palestina, em uma iniciativa considerada "corajosa e histórica" pelo presidente palestino, Mahmud Abbas, e "lamentável" por Israel.

Segundo a Autoridade Palestina, 135 países reconhecem o Estado da Palestina, incluindo sete integrantes da União Europeia que tomaram a iniciativa antes de entrar para o bloco: República Tcheca, Hungria, Polônia, Bulgária, Romênia, Malta e Chipre.

A decisão "confirma o direito dos palestinos à autodeterminação", afirma a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallstr;m, em um artigo publicado no jornal Dagens Nyheter.

"Nosso governo considera que os critérios do direito internacional para o reconhecimento do Estado da Palestina estão cumpridos: um território que, mesmo sem fronteiras fixas, conta com uma população e um governo", completa o texto. "Esperamos que isto mostre o caminho a outros", destacou a ministra.

"O presidente Abbas comemora a decisão da Suécia, que é corajosa e histórica", afirmou o porta-voz do líder da Autoridade Palestina, Nabil Abu Rudeina. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou em um comunicado que o reconhecimento é "lamentável" e servirá apenas para reforçar o extremismo.

"O governo sueco deve entender que as relações no Oriente Médio são mais complicadas do que a montagem de um móvel da Ikea (a gigante sueca dos móveis), e que deve atuar com responsabilidade e sensibilidade no assunto", completou.

Além disso, Israel convocou seu embaixador em Estocolmo para consultas. "Isto reflete nosso mal-estar (...) diante de uma decisão inútil, que não contribui para uma eventual retomada das negociações" de paz com os palestinos, declarou à AFP o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Emmanuel Nahshon.

O embaixador israelense, Isaac Bachman - no cargo desde 2012 -, foi convocado para consultas por um período indeterminado, segundo o porta-voz. A Suécia, que tem uma grande comunidade palestina, tomou a iniciativa em um momento no qual os esforços para solucionar o conflito palestino-israelense parecem mais uma vez bloqueados.

Abbas relacionou a frustração crescente entre os palestinos com a falta de um acordo à tensão dos últimos dias em Jerusalém. "O presidente pede a todos os Estados do mundo que ainda tenham dúvidas sobre nosso direito a um Estado palestino independente, dentro das fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como capital, que sigam o exemplo da Suécia", disse o porta-voz.

Preparação do caminho


Após o anúncio da Suécia, feito em outubro, o reconhecimento da Palestina foi debatido de maneira simbólica pela Grã-Bretanha, enquanto a França considerou que "é chegado o momento". "É realmente difícil dizer quantos países darão o passo e seguirão a Suécia", disse Mich;el Schulz, pesquisador da Universidade de Gotemburgo e especialista em conflitos.



"No que diz respeito à União Europeia - para um reconhecimento da Palestina -, todos os Estados devem concordar. Por isso, é pouco provável", admitiu, antes de afirmar que, a curto prazo, a decisão de Estocolmo "não mudará grande coisa".

"Depois, teremos que ver a reação de Israel, se vai continuar com a política de colonização ou se fica mais prudente", completou. "A iniciativa sueca terá um efeito diplomático que eventualmente pode virar uma bola de neve", declarou à agência TT o professor de Direito Internacional Ove Bring. "Politicamente é um êxito psicológico para a Palestina e para os que apoiam a solução de dois Estados", concluiu.

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