postado em 02/11/2014 08:04
Um relatório do Ministério do Interior britânico promete aquecer ainda mais o debate em torno da política de drogas do Reino Unido, mantida austera e inalterada desde 1971. Segundo o levantamento, amparado por um método de ;comparação internacional;, não há nenhuma evidência de que punições severas contra usuários resultem em diminuição do consumo de substâncias ilegais. O estudo, todavia, foi prontamente rechaçado pelo primeiro-ministro e conservador, David Cameron, para quem a atual legislação é eficiente. A postura do premiê, por sua vez, gerou críticas do Partido Liberal-Democrata, que classificou Cameron de ;medroso; e incapaz de ;abrir os olhos para a maneira como as leis do país levam a 2 mil mortes a cada ano;. O ministro de Prevenção de Crimes, o liberal Norman Baker, signatário do documento, chegou a denunciar uma tentativa dos conservadores de abafar a publicação.
Cameron mostrou-se irredutível ante a possibilidade de revisão da lei quadragenária. ;Eu sou pai. Não quero passar uma mensagem de que usar essas substâncias é algo bom ou seguro;, justificou o primeiro-ministro. ;Eu não acredito na descriminalização das drogas que são ilegais hoje;, concluiu. No campo liberal, o líder da legenda, Nick Clegg, instou os Tories (conservadores) a ;terem coragem para quebrar tabus;. Clegg fez ainda questão de ressaltar não ser um defensor da descriminalização das drogas, mas de um arrocho aos traficantes. ;Eu espero que o relatório desperte Ed Miliband (do Partido Trabalhista) e David Cameron a mudarem realmente as coisas para que possamos ajudar os viciados e colocar os verdadeiros criminosos atrás das grades;, rebateu.
Baker afirmou que o levantamento do Ministério do Interior é um ;divisor de águas;. ;Eu acho que os dias da retórica robótica e sem sentido chegaram ao fim, porque os fatos e as provas não permitirão o contrário;, exaltou. ;A realidade é que esse relatório está parado há vários meses. Eu tenho tentado retomá-lo, mas acredito que meus colegas da coalizão, que o encomendaram conjuntamente, não gostaram das conclusões independentes alcançadas;, lamentou.
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