Agência France-Presse
postado em 02/11/2014 20:09
Moscou - O Kremlin anunciou que "respeita" os resultados das eleições presidencial e legislativas realizadas neste domingo no leste separatista da Ucrânia - divulgaram agências russas de notícias. "As eleições nas regiões de Donetsk e de Lugansk transcorreram em calma, com uma taxa de participação elevada", informou o Kremlin, citado pelas três principais agências russas."Respeitamos a vontade dos habitantes do sudeste (da Ucrânia)", completou Moscou. Já a União Europeia considerou que a eleição organizada hoje foi ilegal, não será reconhecida e representa um "novo obstáculo" para uma solução pacífica para o conflito.
[SAIBAMAIS]"Considero (a eleição) de hoje um novo obstáculo no caminho para a paz na Ucrânia", declarou a nova chefe da diplomacia do bloco, Federica Mogherini, em uma nota. O "primeiro-ministro" da autoproclamada república de Donetsk (DNR), Alexandre Zakhartchenko, foi eleito "presidente" neste domingo, com 81,37% - de acordo com pesquisa de boca de urna divulgada pelo chefe da Comissão Eleitoral instalada para esse pleito por parte da DNR, Roman Liaguine.
Segundo a enquete, seu partido, o "República de Donetsk", recebeu 65,11% dos votos nas eleições legislativas. Filho de mineiro, o comandante de unidades rebeldes Zakhartchenko afirmou que seu desejo é "construir um novo Estado, que se tornará legítimo depois das eleições, e recuperar os territórios do leste atualmente sob controle ucraniano".
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"A Ucrânia não quer a paz, o que quer que ela diga. Claramente, ela joga um jogo duplo", criticou Zakhartchenko, após ser declarado vencedor das urnas, neste domingo. Hoje, o presidente da Ucrânia, Petro Poroschenko, classificou a eleição separatista de "farsa realizada sob a ameaça dos tanques" e garantiu que o governo reagirá a esse desafio.
"Essa farsa realizada sob a ameaça dos tanques e das metralhadoras organizada por duas organizações terroristas na região de Donbass é um acontecimento terrível", declarou o presidente, referindo-se às repúblicas pró-russas de Donetsk e de Lugansk, segundo um comunicado. "A Ucrânia reagirá a esse desafio de maneira adequada", prometeu.