Milhares de pessoas protestaram, nessa quarta-feira (5/11), nas ruas da capital do México para exigir o regresso, em segurança, dos 43 estudantes desaparecidos, depois de as autoridades terem detidos os principais suspeitos.
;Eles os levaram vivos, nós os queremos vivos;, disseram os manifestantes, munidos de um cartaz gigante com imagens dos 43 jovens, cujo desaparecimento desencadeou uma onda de indignação e uma crise para o presidente Enrique Peña Nieto.
Segundo os organizadores, 120 mil pessoas participaram da marcha, no mais recente protesto pelo desaparecimento dos jovens. A polícia calcula que 60 mil estiveram no ato.
;Exigimos que o governo apresente os nossos filhos vivos;, afirmou Felipe de la Cruz, durante a manifestação em frente ao Palácio Nacional, sede do Executivo.
Depois de um mês de fuga, José Luis Abarca, o ex-prefeito de Iguala, no Sul do México, e sua mulher, Maria de Los Angeles Pineda, foram detidos na terça-feira (4). A polícia espera que a captura possa oferecer pistas sólidas sobre o paradeiro dos estudantes desaparecidos há quase seis semanas, pois os dois são suspeitos de terem ordenado um ataque policial contra os jovens.
;A raiva pelo desaparecimento dos 43 estudantes não desapareceu com a detenção de Abarca;, disse Bardomiano Martinez, vice-diretor da Escola de Formação de Professores do estado de Guerrero, onde os jovens desaparecidos estudavam.
Na noite de 6 de setembro, seis pessoas morreram, 25 ficaram feridas e os 43 alunos desapareceram. Segundo as autoridades, policiais municipais abriram fogo contra os estudantes e os entregaram ao cartel Guerreros Unidos. De acordo com a investigação, o líder do grupo, Sidronio Casarrubias, ordenou o desaparecimento dos jovens por acreditar que eram membros dos Los Rojos, um grupo criminoso rival.
A investigação levou as autoridades à descoberta de valas, onde foram encontrados 38 cadáveres, elevando o receio de que pertencessem aos jovens. Segundo as autoridades, as análises preliminares de DNA mostram que pelo menos 28 não são os estudantes, mas os parentes não confiam no governo e exigem que a palavra final seja dada por especialistas forenses independentes da Argentina.