Um dia depois de ter convidado ao diálogo os líderes da oposição, que terão o controle de ambas as casas do Congresso nos dois anos finais de seu mandato na Casa Branca, o presidente Barack Obama recebeu ontem uma resposta dura. O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, um dos republicanos mais poderosos em Washington, explicitou as diferenças profundas com os democratas, agora em minoria, e deixou claro que a sólida maioria oposicionista na casa está pronta para barrar qualquer tentativa unilateral do Executivo para implantar integralmente a reforma da saúde pública ; projeto chamado de Obamacare. Boehner ameaçou inclusive retaliar a edição de ordens executivas, mencionada pelo presidente na véspera, quando falou aos americanos sobre a derrota eleitoral.
A chance de os republicanos conseguirem revogar a lei que instituiu o Obamacare é reduzida, uma vez que são requeridos dois terços dos votos, nas duas casas do Congresso, para derrubar um veto presidencial. ;Só porque não conseguiremos tudo o que queremos, não significa que não devamos tentar ganhar tudo que pudermos;, disse Boehner à imprensa. Confiante na ampla base de apoio do partido, o presidente da Câmara reiterou a intenção de alterar pontos- chave da reforma da saúde, mas admitiu que a oposição não pode se impor com igual força no Senado ; onde sua maioria é estreita.
[SAIBAMAIS]Uma tentativa de derrubar o Obamacare seria ;o pior cenário possível;, segundo a avaliação de Seth C. McKee, cientista político da Universidade de Tecnologia do Texas (TTU). ;Seria uma imprudência dos republicanos tentar isso, embora membros do Tea Party (ala ultraconservadora) tivessem prazer nessa luta;, observa. O caminho mais provável para os próximos anos será a aposta na reforma tributária, assunto de interesse de toda a bancada republicana, assim como de boa parte dos democratas.
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