Agência France-Presse
postado em 09/11/2014 09:49
Bagdá - As autoridades iraquianas estão investigando, neste domingo, se o líder do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Baghdadi, morreu em um ataque aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. "Até agora, não há informações disponíveis", afirmou um alto dirigente dos serviços de inteligência do Iraque.Washington também não pode confirmar por ora a presença do chefe do EI entre os jihadistas que no sábado foram alvo dos ataques aéreos da coalizão no norte do país.
Os canais de televisão árabes anunciaram que Baghdadi ficou ferido ou então talvez tenha morrido nos bombardeios. Mas o Comando Americano para o Oriente Médio e a Ásia (Centcom) afirmou não poder confirmar se o chefe e "califa autoproclamado" do EI se encontrava no local do ataque.
[SAIBAMAIS]O exército americano anunciou no sábado que coalizão internacional anti-Estado Islâmico (EI) lançou na sexta-feira à noite ataques aéreos contra dirigentes desse grupo, perto de Mossul, no Iraque.
Segundo o Exército americano, "aviões da coalizão realizaram ontem (sexta-feira) à noite uma série de ataques aéreos no Iraque contra o que se acredita que fosse um encontro de dirigentes do EI perto de Mossul".
Mossul é a segunda cidade mais importante do país e fica ao norte. Está sob controle do grupo de radicais islamitas.
Essas operações militares "destruíram um comboio de veículos formado por dez caminhões armados do EI", acrescentou o Exército, sem especificar os países que participaram da ofensiva.
O CentCom celebrou a "pressão" que continua exercendo sobre a rede, assim como "a liberdade cada vez mais reduzida desse grupo para manobrar, comunicar e comandar".
Mossul é um dos centros nevrálgicos dos jihadistas desde que a segunda cidade do Iraque caiu em suas mãos em junho.
A tomada de Mossul marcou o início de uma ofensiva que permitiu a esta organização extremista sunita apoderar-se de importantes áreas do país e decretar em seguida um califado em territórios entre o Iraque e a Síria.
Barris-bomba
Na Síria, 21 civis, entre eles um menino, morreram e mais de cem pessoas ficaram feridas em ataques aéreos do regime sírio em Al Bab, cidade controlada pelos jihadistas do Estado Islâmico na província de Aleppo (norte).
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, o exército do ar sírio jogou na noite de sábado sobre a cidade vários barris com explosivos, um tipo de bomba que é a principal arma do regime de Bashar al Asad em sua guerra contra o rebelde que já dura três anos.
Em Aleppo, estas armas já deixaram milhares de mortos no último ano.
Para Damasco, tanto os rebeldes moderados como os jihadistas do EI são "terroristas".
Desde o aparecimento dos jihadistas na Síria, em 2013, o regime Assad estava evitando confrontar o EI. Mas, nos últimos meses, depois dos ataques contra bases que deixaram centenas de soldados mortos, o exército começou a atacar os jihadistas no leste e norte do país.
A guerra na Síria deixou mais de 180.000 mortos desde 2011 e o emissário especial da ONU, Staffan De Mistura, se encontra em Damasco para se reunir com Assad e negociar um plano de ação para reativar os esforços em prol da paz.
Em Bagdá, vários atentados com carros-bomba em bairros de maioria xiitas deixaram no sábado ao menos 33 mortos e mais de 100 feridos.
A capital iraquiana é regularmente alvo de ataques e alguns são reivindicados pelo EI, assim como por outros grupos radicais sunitas, que consideram os xiitas hereges.
O exército iraquiano tem dificuldades para recuperar o terreno perdido para o EI nos últimos meses no oeste e no norte do país, por isso o governo de Bagdá recebeu com satisfação o envio de 1.500 assessores militares adicionais.
Mil mortos em Kobane
Os combates em Kobane, que se converteu em um símbolo da luta contra o EI, deixaram mais de 1.000 mortos, em sua maioria jihadistas, desde que teve início em 16 de setembro a ofensiva do grupo jihadista sunita contra esta cidade curda do norte da Síria.
"Ao menos 1.013 pessoas morreram nos combates em Ain al Arab (nome árabe de Kobane) desde o início da ofensiva", informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Kobane é defendida por milícias curdas, apoiadas por combatentes peshmergas chegados do Iraque e rebeldes sírios inimigos tanto do regime do presidente Bashar al Assad como dos jihadistas.