postado em 12/11/2014 09:27
Na tradicional audiência-geral desta quarta-feira (12/11), o papa Francisco relembrou situações enfrentadas pelos países latino-americanos. Fazendo a saudação em espanhol, o pontífice se disse "particularmente próximo" ao Continente "neste momento doloroso do sumiço dos estudantes mexicanos que, agora sabemos, foram assassinados".Ele ainda lembrou a "realidade dramática de toda a luta contra a criminalidade que existe, ligada ao comércio e tráfico de drogas". Jorge Bergoglio também falou sobre a questão da paz no Continente e citou o Acordo de Beagle entre o Chile e a Argentina, ocorrido em 1984. "Ele se fez graças à vontade de dialogar: só quando há diálogo, só quando há essa vontade, se pode resolver as disputas", ressaltou.
No dia 29 de novembro, é celebrado os 30 anos da assinatura do documento que fez com que os dois países sul-americanos parassem as disputas pelas fronteiras. Segundo Francisco, "havia conflitos e diferenças, mas conflitos, diferenças e crises se resolvem com diálogo e não com a crueldade das guerras".
[SAIBAMAIS]O conflito de Beagle se referia às ilhas do canal de mesmo nome e ao espaço marítimo adjacente, que era uma passagem estratégica entre os oceanos Pacífico e Atlântico. Os primeiros confrontos começaram em 1888, mas em 1978, a situação ficou à beira de uma guerra. Com a intercessão da Santa Sé, e especialmente de João Paulo II, foi adotada uma solução diplomática que permitiu evitar a escalada militar entre a Argentina e o Chile.
Entenda o caso
Três homens detidos durante as investigações do desaparecimento de 43 estudantes mexicanos na cidade de Iguala confessaram que mataram e queimaram a maior parte deles. O anúncio foi feito pelo procurador-geral do país latino, Jesús Murillo Karam, na sexta-feira (7/11). Segundo ele, o trio de acusados pertence ao grupo de narcotraficantes "Guerreros Unidos".
Os suspeitos relataram que alguns dos estudantes haviam sido levados para eles pela polícia local. Eles foram levados para a cidade vizinha de Cocula, onde foram mortos. Cerca de 15 teriam sido asfixiados antes de chegarem a um depósito de lixo, onde os criminosos perguntaram aos sobreviventes a que bando pertenciam. Mesmo respondendo que não eram de nenhuma gangue, eles perderam a vida.
Karam disse que os traficantes os mataram os demais sobreviventes neste local. ;Jogaram os corpos na parte baixa do lixão, onde os queimaram. Eles fizeram turnos de guarda para garantir que o fogo queimasse por horas, jogando sempre combustível, pneus e outros objetos", revelou o procurador. Segundo o relato dos criminosos, alguns jovens ainda estavam vivos quando foram incendiados. Os 43 estudantes desapareceram no final de setembro após confrontos com a Polícia de Iguala durante uma manifestação.