Mundo

Intelectuais nos EUA pedem para Obama tornar doação de órgãos mais atraente

"Infelizmente, as políticas de transplante têm sido regidas por uma hipótese não fundamentada", argumentou o grupo de intelectuais

Agência France-Presse
postado em 12/11/2014 16:15
Washington - Cerca de 300 médicos, líderes religiosos e especialistas em ética pediram nesta quarta-feira ao presidente americano, Barack Obama, que reveja o sistema de doação de órgãos para torná-lo mais atraente e, assim, acabar com a escassez crônica.

Em carta aberta à administração Obama, o grupo instou o governo a tornar a doação de órgãos mais atraente para o público em geral.

"Infelizmente, as políticas de transplante têm sido regidas por uma hipótese não fundamentada: que os doadores não podem receber benefícios por suas doações, sem ser explorados, ou forçados", diz o texto assinado por especialistas das Universidades de Harvard, Columbia, Georgetown e Princeton, assim como especialistas em ética e autoridades religiosas.

O grupo pede que as agências federais americanas, como o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês), comece os estudos científicos sobre o tema.

Sugerem, ainda, que o governo evite oferecer dinheiro vivo, preferindo um enfoque mais regulamentado, que ofereça aos doadores vivos benefícios, como um seguro para doenças mais longo, créditos nos impostos, ou contribuições para as pensões.

Para os doadores de órgãos falecidos, considera-se estudar a possibilidade de arcar com as despesas funerárias, ou fazer doações em seu nome. "Doar órgãos não deve recair de forma desproporcional nas pessoas com renda muito mais baixa", observaram.



Os Estados Unidos proíbem aos doadores de órgãos receber qualquer forma de retribuição. Atualmente, há cerca de 100 mil pessoas na fila de espera por um rim, número que disparou no país nos últimos anos. Cerca de sete mil pessoas morrem todo ano à espera de um transplante, ou porque sua saúde se deteriorou demais para recebê-lo.

O problema afeta de forma desproporcional as minorias, como os afro-americanos e os hispânicos, que, em geral, esperam de quatro a cinco vezes mais do que um paciente branco.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação