Agência France-Presse
postado em 13/11/2014 20:10
NOVA YORK - O presidente americano, Barack Obama, está prestes a anunciar medidas para evitar a deportação de cerca de cinco milhões de imigrantes em situação ilegal, informou o jornal "The New York Times"."O presidente está próximo de uma decisão final", disse nesta quinta-feira o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, ao ser questionado sobre a matéria.
"Anteciparia que o presidente receberá alguma recomendação final relativamente em breve, embora com certeza não antes do final de sua viagem [à Ásia]", acrescentou Earnest, sem confirmar, ou negar, a matéria do NYT.
Segundo o "New York Times", que cita fontes anônimas da Casa Branca, Obama adotará, talvez a partir da próxima semana, medidas para reorganizar as tarefas dos 12 mil agentes de imigração do governo federal. O objetivo é evitar milhões de possíveis deportações.
Entre as medidas, considera-se permitir que muitos pais de crianças que são cidadãs americanas, ou têm residência legal, obtenham documentação para trabalhar e não precisem se preocupar com serem descobertos, separados de suas famílias e expulsos dos EUA.
Essa parte do plano de Obama afetaria até 3,3 milhões de pessoas que vivem em situação clandestina no país há pelo menos cinco anos, de acordo com números do Instituto de Políticas Migratórias, que fica em Washington.
A Casa Branca considera ainda promover medidas que poderiam beneficiar pelo menos 2,5 milhões de pessoas que moram há pelo menos dez anos no país.
O jornal NYT acrescenta que uma maior proteção para os imigrantes em situação ilegal que chegaram aos EUA quando crianças, assim como para seus pais, pode atingir um milhão de pessoas.
Para pôr essas medidas em prática, o presidente democrata não precisaria passar pelo Congresso, podendo recorrer a decretos.
Com a vitória nas eleições de meio de mandato de 4 de novembro passado, os republicanos terão, a partir de janeiro de 2015, maioria nas duas Câmaras da Casa.
A dura derrota eleitoral sofrida pelos democratas praticamente acabou com a já reduzida esperança de que uma reforma migratória seja aprovada por consenso no Congresso. Esta foi uma das principais promessas de Obama em sua campanha à reeleição em 2012.