Agência France-Presse
postado em 14/11/2014 18:20
Libreville - A organização de defesa da liberdade de imprensa ;Reporteres sem fronteiras; (RSF) lembrou nesta sexta-feira (14/11) "a terrível repressão que assola a liberdade de informação" na Guiné Equatorial, escolhida para sediar a Copa Africana de Nações (CAN), em janeiro."Da Guiné Equatorial, vocês verão apenas os campos dos estádios, os jogadores que correm no gramado e as torcidas fazendo festa nas arquibancadas", acusa a RSF em comunicado, completando: "Vocês ouvirão apenas coisas boas, resultados de jogos e entrevistas esportivas. Vocês não ficarão sabendo da pobreza, da corrupção e da repressão política que assolam o país, porque a liberdade de informação não existe na Guiné Equatorial".
"A Guiné Equatorial tem recursos de grande valor, principalmente no setor petrolífero, que parecem fazer esquecer facilmente o triste retrospecto no quesito liberdades fundamentais", continuou a RSF, que fez um apelo aos torcedores.
"Pedimos aos fãs do futebol que estarão presentes nesse evento importante que não esqueçam que a Guiné Equatorial, apesar da aparência ordenada, é na realidade uma ditadura que sufoca as liberdades de seus cidadãos".
[SAIBAMAIS]Após chegar ao poder num golpe de estado em 1979, o presidente Teodoro Obiang Nguema, de 72 anos, governa a Guiné Equatorial com mão de ferro e foi reeleito em 2009 com 95,37% dos votos.
A Transparency International aponta o país como um dos mais corruptos do mundo, no 163; lugar de um ranking de 175 nações.