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Papa Francisco repudia ataques violentos contra refugiados em Roma

O pontífice pediu às autoridades que enfrentem os distúrbios como uma emergência social

Agência France-Presse
postado em 16/11/2014 13:29
Cidade do Vaticano - O papa Francisco classificou, neste domingo, como "emergência social" os violentos ataques contra refugiados em Roma e ressaltou que a situação pode piorar caso não seja enfrentada.

Após vários dias de ataques contra um centro de acolhimento para refugiados em Roma, o pontífice pediu às autoridades, durante o Angelus na Praça São Pedro, que enfrentem os distúrbios como uma emergência social.

O papa Francisco "Nos últimos dias, houve tensões bem fortes entre moradores e imigrantes em Roma", declarou o papa, referindo-se aos distúrbios no bairro de Tor Sapienza, periferia de Roma.

"Peço às autoridades, em cada nível, que encarem o que parece ser uma emergência social. Se não for rapidamente tratada de forma adequada, [a situação] pode se degenerar".

"Pode-se dialogar, escutar o outro, trabalhar juntos, e conseguir, dessa maneira, vencer a descofiança e o preconceito, criando uma coexistência segura, pacífica e inclusiva", concluiu Francisco.

A proposta do papa não parece, contudo, factível no curto prazo. Nos últimos dias, Tor Sapienza foi cenário dos piores atos de violência contra os imigrantes ocorridos na Europa em anos.



Um grupo de pessoas atirou pedras e outros artefatos contra cerca de 50 migrantes em um centro de refugiados durante três noites consecutivas. Quebraram os vidros das janelas, atearam fogo nas lixeiras e entraram em confronto com a polícia antidistúrbios. As autoridades italianas tiveram que ordenar a retirada de adolescentes que viviam no edifício atacado.

Além disso, grupos de extrema direita realizaram protestos, onde carregaram bandeiras com referência ao "Il Duce" - título utilizado por Benito Mussolini no regime fascista italiano- e puxaram cantos racistas.

O prefeito de Roma insistiu que os demandantes de refúgio não serão transferidos para outro lugar, apesar dos abaixo-assinados de moradores, que alegam que a chegada dos estrangeiros gera maior criminalidade e prostituição na região.

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