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Delegação das Farc diz não saber sobre paradeiro de sequestrados

O general Rubén Alzate e outras duas pessoas foram sequestradas pela guerrilha, segundo o governo de Juan Manuel Santos

Agência France-Presse
postado em 18/11/2014 12:59
Havana - A delegação das Farc para as negociações de paz com Bogotá em Havana afirmou nesta terça-feira (18/11) que até agora carece de informações sobre o paradeiro do general Rubén Alzate e de outras duas pessoas que, segundo o governo de Juan Manuel Santos, foram sequestradas pela guerrilha.

"Não temos informação sobre o tema que os preocupa", afirmou o negociador Pastor Alape. "Em duas horas daremos uma informação, de acordo com as notícias que nos chegarem", acrescentou à imprensa convocada em Havana.

Juan Manuel Santos advertiu na segunda-feira que a vontade da guerrilha das Farc de acabar com o conflito armado no país está "em teste" após o recente recrudescimento de suas ações, que motivaram a suspensão das negociações de paz.

"O compromisso das Farc está sendo testado. De sua decisão depende seguir avançando para o fim do conflito e a reconciliação", disse Santos em rede nacional de TV, exigindo a libertação das pessoas sequestradas pelas Farc nos últimos dias, incluindo um general do Exército.

No domingo, o general Rubén Alzate, o oficial de mais alta patente já capturado pelas Farc, foi detido pela guerrilha em uma zona isolada do departamento del Chocó, no oeste do país, junto com o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego. Os três viajavam para supervisionar um projeto energético.

Uma semana antes, os soldados Paulo Rivera e Jhonatan Díaz foram feitos reféns durante um ataque das Farc no departamento de Arauca, no leste da Colômbia.

A decisão de suspender os diálogos de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que completariam dois anos na próxima quarta-feira, foi anunciada após uma reunião do presidente com a cúpula militar.

Desde o início de 2012, o grupo rebelde se comprometeu a não sequestrar mais civis, mas se reserva o direito de capturar policiais ou militares, considerados prisioneiros de guerra.

O governo de Santos e as Farc iniciaram há dois anos em Cuba um diálogo de paz para tentar acabar com um conflito armado de mais de 50 anos, mas sem decretar um cessar-fogo na Colômbia.

Esta é a quarta tentativa de alcançar a paz com as Farc, a principal guerrilha do país e a mais antiga da América Latina, criada em 1964 e que conta oficialmente com 8.000 combatentes, essencialmente mobilizados nas zonas rurais.



O atual processo com as Farc já alcançou consensos parciais em três dos seis temas na agenda: reforma rural, participação política da guerrilha e solução ao problema das drogas ilícitas.

Mas ainda faltam os temas mais complexos, como a indenização das vítimas e o abandono das armas. Também deve ser definido um mecanismo de implementação, verificação e para referendar decisões.

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