Agência France-Presse
postado em 19/11/2014 22:30
Quito - Milhares de pessoas protestaram nesta quarta-feira, no Equador, contra o governo de Rafael Correa, na segunda jornada nacional de manifestações nos últimos dois meses, motivada por projetos polêmicos do presidente, como o da reeleição ilimitada.Sindicatos, estudantes, professores e indígenas ocuparam as ruas de Quito e de outras cidades do país para rejeitar, especialmente, a decisão do Supremo Tribunal de confirmar a autoridade do Congresso - dominado pelos governistas - para votar uma emenda constitucional que prevê a reeleição ilimitada para a presidência.
Sob pesado esquema policial, os manifestantes em Quito gritaram palavras de ordem contra Correa enquanto se dirigiam ao Palácio Presidencial carregando cartazes "Contra as emendas constitucionais".
"Se o Equador quer a reeleição ilimitada que o faça através de uma Constituinte", disse à AFP Mesías Tatamuez, presidente da Confederação Equatoriana de Organizações Classistas Unitárias de Trabalhadores.
Com a emenda da reeleição ilimitada aprovada pelo Legislativo, o que deverá ocorrer no prazo de um ano, Correa poderá se apresentar para mais um mandato nas eleições de 2017, quando completará dez anos no poder.
A atual Constituição, promovida pelo próprio Correa, prevê apenas uma reeleição do presidente, por período consecutivo ou não.
A polícia calculou entre 2.500 e 3.000 o número de manifestantes em Quito, inferior à multidão reunida nos protestos de 17 de setembro, quando incidentes deixaram 34 policiais feridos e 53 civis detidos.