Agência France-Presse
postado em 26/11/2014 17:45
O governo do presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (26/11) o endurecimento das normas para as emissões de ozônio, um contaminante responsável por doenças respiratórias que afetam milhões de americanos.A Agência de Proteção Ambiental (EPA) propôs limitar as emissões de ozônio, também chamado de "smog", entre 65 e 70 partes por milhão (ppm) contra os 75 ppm permitidos atualmente, o que representa uma redução de 7% a 13%.
Sob a lei de proteção do ar de 1970, a EPA precisa revisar os limites da contaminação do ar a cada cinco anos, um procedimento no qual um grupo de especialistas independentes fazem suas recomendações.
A última atualização das normas ocorreu em 2008. "A redução dos limites de contaminação por ozônio, com base nos últimos avanços científicos, permitirá purificar nosso ar e proteger os mais vulneráveis", declarou a administradora da EPA, Gina McCarthy.
Mil estudos, examinados pelos cientistas consultados pela EPA indicam que uma exposição a níveis de ozônio, ainda que inferior a 75 ppm, é nefasto para o sistema respiratório, provocando asma ou agravando-a e está vinculado a mortes prematuras.
O ozônio é um poluente que se forma na parte baixa da atmosfera como resultado da radiação solar, que provoca uma transformação fotoquímica de óxidos de nitrogênio, monóxidos de carbono e compostos orgânicos voláteis emitidos pelo escapamento de carros, indústrias, usinas de carvão e certos solventes e tintas.
Segundo análise da agência, espera-se que os novos padrões permitam evitar entre 320 mil e 960 mil crises de asma e evitar de 750 a 4,3 mil mortes prematuras de adultos.
Estas novas normas foram criticadas por grandes grupos industriais, como a American Chemistry Council. "O crescimento do setor manufatureiro poderia retroceder ou, inclusive, se deter em alguns países", advertiu esta associação, que representa o setor químico.
Este grupo considera que "o limite de 75 ppm para as emissões de ozônio já é a mais estrita imposta nos Estados Unidos e nem mesmo se aplica a todo o país". As novas normas da EPA entrarão em vigor depois de um período de consultas de 90 dias.