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Ex-premiê português denuncia acusações absurdas e infundadas

Sócrates, de 57 anos, ingressou na segunda-feira em prisão preventiva por fraude fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro, após um longo interrogatório

Agência France-Presse
postado em 27/11/2014 11:15
Lisboa - O ex-primeiro-ministro socialista português José Sócrates, que ingressou na segunda-feira (27/11) em prisão preventiva por um caso de corrupção, chamou de "absurdas, injustas e infundadas" as acusações contra ele, em uma carta que seu advogado transmitiu à imprensa nesta quinta-feira.

"As acusações contra minha pessoa são absurdas, injustas e infundadas e a decisão de entrar em prisão preventiva constitui uma humilhação gratuita", afirma Sócrates em sua primeira declaração desde sua prisão na última sexta-feira no aeroporto de Lisboa.

Sócrates, de 57 anos, ingressou na segunda-feira em prisão preventiva por fraude fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro, após um longo interrogatório. Está detido na prisão de Évora, no sudeste de Portugal.

É um caso com caráter político, prossegue o ex-chefe de Governo, que pediu ao Partido Socialista (PS) que não entre no debate. "O envolvimento do Partido Socialista me prejudicaria, prejudicaria o partido e a democracia", afirma. Este caso é "meu e apenas meu".

"Me defenderei com as armas do Estado de direito" para "desmentir as mentiras sobre minha pessoa", escreve Sócrates, que agradece aos seus colegas e amigos por suas manifestações de solidariedade.



Seu advogado, João Araujo, anunciou na quarta-feira que pedirá a libertação de seu cliente na próxima semana, considerando que sua entrada na prisão preventiva é ilegal.

O caso Sócrates chega no pior momento para o Partido Socialista, que iniciou sua campanha eleitoral para reconquistar o poder nas eleições legislativas de 2015.

O ex-presidente da República e fundador do PS, Mario Soares, visitou na quarta-feira Sócrates para dar seu apoio e criticar uma campanha infame contra uma grande personalidade.

A detenção do controverso político, que governou entre 2005 e 2011 e cujo nome já havia figurado em diferentes casos judiciais, provocou um terremoto em Portugal.

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