"O general Alzate e dois acompanhantes serão libertados neste domingo", disse a guerrilha em um comunicado publicado no blog de sua delegação em Havana, onde ocorrem há dois anos as negociações de paz com o governo colombiano, que foram suspensas após a captura do general e de seus dois acompanhantes.
Na véspera, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, havia anunciado que o general e outros dois reféns poderiam ser libertados no sábado.
[SAIBAMAIS]Mas as Forças Armadas Revolucionária da Colômbia (Farc), a maior guerrilha do país com 8 mil combatentes, insistiu que a libertação no domingo acontecerá se as condições meteorológicas permitirem. "Podemos assegurar que o general Alzate, o cabo Rodríguez e a doutora Urrego, ao contrário do que acontece com nossos membros nas prisões da Colômbia, poderão abraçar seus parentes, se contarmos com o consentimento da meteorologia", afirma o grupo em seu comunicado.
As Farc confirmaram que o governo colombiano recebeu as coordenadas da área onde o general e seus acompanhantes serão libertados, mas advertiu que verificará antes que não haja militares na zona. "Antes de dar os passos finais, teremos de verificar que efetivamente não haverá tropas do exército no caminho da liberdade do cabo Jorge Rodríguez e da advogada Gloria Urrego", afirmou a delegação de paz das Farc em Cuba, em um comunicado enviado à AFP.
Paulo César Rivera, de 24 anos, e Jonathan Andrés Díaz, de 23, foram entregues pelas Farc a uma missão humanitária em uma zona rural do departamento de Arauca, perto de onde haviam sido capturados durante combates no dia 9 de novembro. Os militares foram recebidos por representantes dos governos de Cuba e Noruega, avalistas das negociações de paz, e por membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
A guerrilha também criticou nesta quinta que se rotule de sequestrados os militares cativos, os quais considera prisioneiros de guerra. A captura do general e dos dois companheiros provocou a pior crise nos dois anos do processo de paz que o governo e a guerrilha mantêm em Cuba.
As negociações, que avançavam sem um cessar-fogo, foram suspensas pelo presidente Santos, que condicionou a retomada à liberação de todos os prisioneiros. Segundo Santos, a libertação dos soldados evidencia uma consolidação do processo de paz de seu governo com a guerrilha.
As negociações em Cuba alcançaram o maior avanço para pôr fim ao conflito mais antigo do continente, que já deixou 220 mil mortos e 5,3 milhões de deslocados.