Agência France-Presse
postado em 01/12/2014 19:40
GENEBRA - Nesta segunda-feira, véspera do dia internacional pela abolição da escravidão, especialistas das Nações Unidas denunciaram a "escravidão moderna", que afeta milhões de pessoas no mundo todo, entre elas muitas crianças."Milhões de pessoas no mundo, entre elas muitas crianças, estão sujeitas à escravidão moderna, mas falta vontade política para enfrentar a situação", disseram os especialistas da ONU.
"Pelo menos 20,9 milhões de pessoas estão sujeitas a formas modernas de escravidão, que atinge principalmente mulheres e crianças", afirmou a sul-africana Urmila Bhoola, relatora especial das Nações Unidas sobre as formas contemporâneas de escravidão.
"Mais de 168 milhões de crianças trabalham, mais da metade em empregos precários e que colocam sua saúde em risco. É o caso do trabalho em minas e pedreiras", acrescentou.
Segundo a holandesa Maud de Boer-Buquicchio, relatora da ONU sobre a venda de crianças, "roubam a infância de milhões de crianças no mundo porque são vítimas de trabalhos forçados e exploração sexual".
O dia internacional pela abolição da escravidão é celebrado no dia 2 de dezembro, data em que, em 1949, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a convenção para extinguir o tráfico de pessoas.
A escravidão moderna inclui práticas como o trabalho forçado, a exploração, a servidão doméstica, os matrimônios forçados de crianças e a escravidão sexual.
Nesta terça-feira, o Papa Francisco e os líderes de diversas religiões do planeta - judeus, muçulmanos, ortodoxos, anglicanos, budistas e hindus - firmarão no Vaticano uma declaração conjunta na qual se comprometem a lutar contra a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos.
O documento será assinado na sede da Pontifícia Academia para as Ciências, no Vaticano, na presença dos rabinos Abraham Skorka e David Rosen, do Comitê Judeu Americano; do líder ortodoxo Emmanuel, da França, e do grande aiatolá iraquiano Mohammad Taqi al-Modarresi, entre outros.
No documento, os líderes religiosos se comprometem a erradicar a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos, e convidam os governo e chefes de Estado a apoiar publicamente tal iniciativa.