Agência France-Presse
postado em 03/12/2014 08:45
Jerusalém - Israel celebrará eleições antecipadas em março, depois que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu decidiu demitir dois ministros de centro e convocar uma nova votação, em busca de um governo mais conservador. "Após consultas entre diversos partidos, foi decidido que as eleições acontecerão em 17 de março", afirmou o porta-voz do Parlamento, Eran Sidis.
Diante da tensão cada vez maior com os palestinos, as pesquisas mostram que o Likud, partido de Netanyahu, e outras formações de direita podem aumentar sua presença na Knesset (Parlamento), em comparação com as eleições de 2013.
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Se a direita vencer novamente, o cenário provocaria pouca margem para expectativas de paz, depois do fracasso da última rodada de negociações, mediada pelos Estados Unidos, e da explosão de uma onda de violência em Jerusalém e na Cisjordânia.
Na terça-feira à noite, Netanyahu convocou eleições antecipadas, alegando que não tinha condições de seguir governando o país ante as críticas a sua política apresentadas pelos centristas da coalizão.
O primeiro-ministro demitiu esta semana o ministro das Finanças Yair Lapid, do partido de centro-direita Yesh Atid, e a ministra da Justiça Tzipi Livni, do partido de centro-esquerda HaTnuah.
Estes partidos somam 25 das 68 cadeiras da atual coalizão de governo em Israel.
Mas o pacto começou a demonstrar fragilidade após discussões para aprovação do orçamento de 2015 e depois que Netanyahu apoiou o polêmico projeto para definir a Israel como o "Estado nação do povo judeu".
Muitos críticos consideram que a definição institucionalizaria a discriminação contra as minorias, a começar pelos cidadãos árabes.