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África do Sul convive com vazio de liderança deixado por Nelson Mandela

No primeiro aniversário da morte de Mandiba, o país sofre com a disputa cada vez mais acirrada entre facções do partido governista

postado em 05/12/2014 06:03

Homenagens em um dos monumentos erguidos ao herói da luta contra o apartheid: hoje, sinos e vuvuzelas

O som de sinos e vuvuzelas marcará hoje as homenagens oficiais da África do Sul na passagem do primeiro ano sem a presença física do ex-presidente Nelson Mandela, morto aos 95 anos. Órfãos do patriarca da democracia racial, os sul-africanos assistiram desde 5 de dezembro de 2013 ao acirramento dos impasses políticos, na ausência de um herdeiro para o homem que representava a reconciliação nacional. Depois de uma eleição incerta que garantiu o segundo mandato para o presidente Jacob Zuma, em maio passado, o Congresso Nacional Africano (CNA), partido construído sobre a imagem do herói da luta contra a segregação, enfrenta disputas de poder e divisões que representam o mais sério desafio à estabilidade nos 20 anos desde o fim do regime do apartheid.

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O aniversário de morte de Madiba, nome tribal de Mandela, será anunciado em todo o país com o repicar de sinos, o gemido de sirenes e o som de buzinas. A homenagem simbólica deve durar três minutos e sete segundos, seguidos por três minutos de silêncio. O total de seis minutos e sete segundos é uma referência aos 67 anos de vida pública do ex-presidente, que não resistiu a uma longa batalha contra uma doença pulmonar.

Enquanto o país rende homenagens, a ausência do líder coincide com um momento em que as divisões políticas se acentuam. Acusado de envolvimento em casos de corrupção e de abuso sexual, Zuma batalha contra o desgaste político enquanto dribla os desafios econômicos. A fragilidade do presidente alimenta as disputas internas no CNA. ;Há grupos dentro do partido que esperam que ele não cumpra o mandato até o fim. Como consequência, líderes de facções começam a articular a sucessão;, relata Andre Duvenhage, especialista em cenários políticos da Universidade North-West, na África do Sul.

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