Agência France-Presse
postado em 05/12/2014 08:30
Guayaquil - União de Nações Sul-Americanas (Unasul) adotou, durante reunião no Equador, a "cidadania sul-americana", primeiro passo desde o estabelecimento da livre mobilidade de seus 400 milhões de habitantes, disse nesta quinta-feira (4/12) o secretário do bloco, Ernesto Samper."Aprovamos o conceito de cidadania sul-americana". Este deveria ser o maior registro do que ocorreu na reunião da Unasul que aconteceu em Guayaquil e que continuará na sexta-feira (5/12) em Quito, segundo o ex-mandatário colombiano.
Durante a inauguração do evento, Samper acrescentou que, a partir desta decisão, os sul-americanos poderão - em um prazo não fixado - circular, estudar e trabalhar na região, além de homologar títulos profissionais.
O secretário recordou que os membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela) já contam com um visto de residência e de trabalho, que seria similar ao passaporte sul-americano que pretende criar.
"O direito ao passaporte sul-americano (similar ao Schengen na União Europeia) poderia ser o registro mais importante" da reunião no Equador, destacou Samper. "Se a região lutou por 50 anos pelo estado social de direito, creio que nos próximos anos vamos ter que continuar lutando pelo direito social de estado", apontou.
[SAIBAMAIS]Do encontro em Guayaquil participaram os presidentes da Argentina, Chile, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Na quarta-feira, durante um seminário anterior à reunião de dois dias, o secretário da Unasul antecipou que a livre mobilidade deve ser complementar a uma política de defesa dos imigrantes. "Existem 26 milhões de sul-americanos ao redor do mundo. Eles têm sido muito maltratados", disse.
Com um território de 18 milhões de km2, a Unasul agrupa 12 países com grandes reservas mundiais de petróleo e energia hidrelétrica.