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Milhões de habitantes temem supertufão que se aproxima das Filipinas

Moradores da região começaram a buscar refúgio em escolas, ginásios e igrejas a medida que o supertufão se aproxima

Tacloban - Milhões de filipinos começaram a buscar refúgio em igrejas, colégios e ginásios à medida que o potente tufão Hagupit se aproxima do país.

Este tufão, o mais forte a passar pelo arquipélago do sudeste asiático este ano, pode afetar mais da metade do território filipino, incluindo comunidades que já foram devastadas pelo supertufão Haiyan no ano passado.

As autoridades informaram que mais de 500.000 famílias, ou seja, aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, serão retiradas no leste das Filipinas antes da chegada de Hagupit, prevista para a noite de sábado ou manhã de domingo.

Haiyan, a tempestade mais forte registrada em terra, com ventos de 315 km/hora, deixou 7.350 mortos ou desaparecidos ao arrasar o centro das Filipinas no ano passado.

Nesta sexta (5/12), ele registra ventos de 215 km/hora, e avança para as Filipinas pelo Oceano Pacífico. O Centro de Informação sobre Tufões da Marinha dos Estados Unidos diminuiu nesta sexta o Hagupit da categoria máxima de supertufão a de tufão.

No entanto, Hagupit voltará a ganhar força e se tornará o mais potente registrado nas Filipinas este ano, e também poderá causar ondas elevadas ao longo do litoral, de acordo com a agência estatal de informação meteorológica Pagasa.

Cerca 50 milhões de pessoas - ou seja, metade da população - vivem em áreas vulneráveis ao tufão, segundo a secretária de Bem-Estar Social, Corazon Soliman.

Soliman disse ainda que aproximadamente 100.000 famílias, aproximadamente meio milhão de de pessoas, já foram levadas para abrigos.

Apenas na região de Bicol (leste), o governo tenta retirar 500.000 famílias, aproximadamente a metade da população local, para levá-las para abrigos, segundo o diretor regional de Defesa Civil, Bernardo Alejandro. "Todos os recursos foram mobilizados", afirmou Alejandro.

Bicol é uma região rural e pesqueira que fica no norte de Leyte e de outras áreas que foram muito afetadas pelo Haiyan no ano passado.



As más recordações deixadas pelo Haiyan, quando pessoas morreram ao serem surpreendidas por gigantescas ondas, ajudaram a criar uma consciência sobre a necessidade de abandonar os lugares rapidamente antes da chegada de um tufão, de acordo com as autoridades locais. "No ano passado, diziam que éramos loucos quando pedíamos que abandonassem suas casas, agora estão fazendo isso por iniciativa própria", explicou o vice-prefeito de Tacloban, Jerry Yaoksin.

A capital Manila, com mais de 12 milhões de habitantes, também poderá ser afetada, de acordo com o Centro de Informação sobre Tufões da Marinha dos Estados Unidos.

As autoridades da capital garantiram que estão preparadas para grandes inundações. O arquipélago filipino é geralmente a primeira grande massa terrestre atingida por tufões e grandes tempestades tropicais procedentes do Oceano Pacífico.

Essa nação de cem milhões de habitantes sofreu nos últimos anos tempestades de violência incomum, que, segundo os cientistas, devem-se às mudanças climáticas.