Agência France-Presse
postado em 05/12/2014 13:52
Moscou - Quatorze policiais morreram no início da semana em choques com militantes islamitas na Chechênia, informou nesta sexta-feira (5/12) o ministério do Interior russo, o que eleva o número de mortes para 24.Os confrontos ocorreram na quinta-feira (4/12) em no centro de Grozni, capital do país, o que fez temer uma nova onda de violência nesta república russa do Cáucaso.
Entre as vítimas, 10 eram integrantes das forças de segurança. Além disso, 28 pessoas ficaram feridas, segundo o Comitê Nacional Antiterrorista. Dez combatentes islamitas também morreram, informou a mesma fonte, sem indicar o número total de rebeldes que participaram no ataque.
Segundo o Comitê, um grupo de rebeldes iniciou o ataque durante a madrugada a partir de um posto rodoviário. Depois os combates prosseguiram em uma escola e em um prédio conhecido como "Casa da Imprensa", sede de vários de meios de comunicação locais.
As autoridades não determinaram se os prédios eram os alvos do grupo ou se os insurgentes se viram obrigados a invadir os locais depois que foram detectados. Também não informaram se a ação era de apenas um comando ou de vários.
O movimento islamita Emirado do Cáucaso reivindicou os ataques no site ;kavkacenter; e revelou que aconteceram por ordem do novo líder do grupo, o xeque Ali Abu Muhammad.
Os últimos confrontos na Chechênia, região instável que envolveu a Rússia em duas guerras nos últimos 20 anos, aconteceram algumas horas antes de o presidente russo, Vladimir Putin, fazer seu discurso anual sobre o estado da nação.
O ataque também representa um revés para o presidente checheno Kadyrov, protegido de Putin e que governa a região desde 2007. No início de outubro, cinco policiais morreram e 12 ficaram feridos em uma explosão quando tentavam evitar um atentado suicida em Grozni.
[SAIBAMAIS]Após a primeira guerra da Chechênia (1994-1996) entre as forças federais russas e os separatistas, a rebelião foi assumindo um caráter religioso até se transformar, no início dos anos 2000, em um movimento islâmico armado em todo o Cáucaso Norte.
Os rebeldes do Cáucaso enviaram muitos combatentes para o grupo Estado Islâmico (EI), implantado no Iraque e na Síria.
Ao que parece, o EI apoia a luta dos jihadistas chechenos contra o governo russo. O EI divulgou recentemente um vídeo com a ameaça de provocar uma guerra na Chechênia.