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Reféns americano e sul-africano são mortos tentativa de resgate no Iêmen

Entre as vítimas está um fotojornalista Somers, sequestrado há mais de um ano pelos jihadistas

postado em 06/12/2014 09:16
O americano Luke Somers e o professor sul-africano Pierre Korkie, que eram reféns da Al-Qaeda no Iêmen, foram mortos neste sábado durante uma tentativa do Exército americano de libertá-los.

"As forças especiais americanas realizaram uma missão no Iêmen a fim de libertar um cidadão americano, Luke Somers, e qualquer outro cidadão estrangeiro mantido em cativeiro com ele pelos terroristas da Al-Qaeda na península arábica (AQPA)", declarou o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel.

"Mas Somers e um segundo cidadão não-americano foram assassinados pelos terroristas durante esta operação", acrescentou em um comunicado Hagel, que está atualmente no Afeganistão.

[SAIBAMAIS]O presidente americano Barack Obama logo condenou o assassinato de Somers.

"Os Estados Unidos condenam fortemente o bárbaro assassinato de Luke Somers nas mãos de terroristas da Al-Qaeda durante uma operação de resgate", declarou Obama em um comunicado.

"Eu ofereço minhas mais profundas condolências à família e aos entes queridos de Luke", acrescentou.

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Por sua vez, a associação sul-africana Gift of the Givers, responsável pelas negociações de libertação com os extremistas, declarou que "recebeu com tristeza a notícia de que Pierre Korkie foi morto durante uma tentativa das forças especiais nas primeiras horas da manhã de libertar os reféns no Iêmen".

Este sul-africano de saúde frágil foi sequestrado junto com sua esposa Yolande, que foi libertada em janeiro de 2014.

Os sequestradores de Korkie exigiam o pagamento de 3 milhões de dólares em resgate, mas teriam considerado diminuir este valor. A ONG negociava sua libertação por intermédio de beduínos iemenitas.

"Yolande e sua família estão psicologicamente e emocionalmente ainda mais devastados porque sabiam que Pierre seria libertado amanhã pela Al-Qa;da", afirmou a Gift of Givers.

Luke Somers, um fotojornalista de 33 anos, foi sequestrado em setembro de 2013 na capital iemenita Sanaa.

A operação americana de resgate foi lançada menos de 24 horas após a expiração de um ultimato da Al-Qaeda e uma dezena de dias após uma precedente operação que também fracassou.

Em um vídeo postado na internet na quinta-feira, a Aqpa ameaçava matar Luke Somers em três dias caso os Estados Unidos não respondessem às exigências do grupo. A rede não detalhava suas reivindicações, mas segundo ela, Washington as "conhecia".

Dez insurgentes da Al-Qaeda mortos
De acordo com várias fontes de segurança no local, as forças iemenitas também participaram da operação no sul do Iêmen.

O Ministério da Defesa iemenita descreveu o ataque como uma "grande operação", acrescentando que "dez membros da Al-Qaeda foram mortos e outro ficou ferido".

Segundo uma fonte de segurança, a operação foi realizada na região de Nussab, um dos principais redutos dos insurgentes extremistas no Iêmen. "Vários ataques com drones atingiram posições da Al-Qaeda em Nussab", disse a fonte à AFP.

"Durante esses ataques, soldados paraquedistas se lançaram (...) e confrontos armados se seguiram", relatou à AFP um líder tribal na região.

Violentos confrontos armados, pontuados por explosões poderosas, foram registrados na parte da manhã, segundo moradores.

A operação era dirigida especialmente contra uma casa em Nussab, onde os combatentes da Al-Qaeda estariam entrincheirados, de acordo com os habitantes locais.

A operação ocorre após o fracasso da anterior, realizada em conjunto no final de novembro pelo Iêmen e os Estados Unidos. De acordo com o jornal New York Times, as forças especiais americanas conseguiram na ocasião localizar e libertar oito reféns, mas Luke Somers não estava no mesmo local.

O Ministério da Defesa iemenita afirmou que o grupo extremista havia transferido o americano antes da operação.

Ao confirmar esta primeira operação, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, afirmou que "os Estados Unidos não tolerariam o sequestro de seus cidadãos e iriam trabalhar incansavelmente para tentar libertá-los".

A Al-Qaeda é ativa no sul e no leste do Iêmen, um país pobre da Península Arábica assolada pela violência e uma grave crise política.

Os Estados Unidos são o principal aliado do Iêmen na luta contra a Al-Qaeda e têm permissão para realizar ataques com drones contra a rede extremista sunita.

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