Agência France-Presse
postado em 10/12/2014 12:42
Ao menos 475 mil pessoas foram assassinadas no mundo em 2012, fazendo do homicídio a quarta principal causa de morte entre pessoas com idades entre 15 e 44 anos, anunciou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra.Apesar de uma redução substancial de 16% nas taxas de homicídio entre 2000 e 2012, a violência continua a ser comum, alerta a OMS em um relatório que pede aos Estados que adotem medidas preventivas.
A morte por assassinato chega na quarta posição atrás apenas da AIDS, acidentes de trânsito e suicídio para o grupo etário de 15 a 44 anos, segundo o relatório. Quase 60% dos homicídios envolvem homens da mesma faixa etária.
No entanto, a taxa de homicídios varia entre os países. Ela geralmente é menor nos países de alta renda e seu declínio é mais acentuado (39% de redução) do que em países de baixa renda (-10%). A América Latina é uma das áreas mais mortais, com uma taxa de homicídios atingindo 43,9 por 100 mil pessoas na Colômbia, 57,6 na Venezuela e um recorde mundial de 103,9 em Honduras.
"Esta taxa é alta devido a vários fatores: a desigualdade de renda, uma cultura machista, onde a aceitação da violência é mais forte, a presença de numerosas armas de fogo e uma grande presença de drogas e consumo de álcool", estima Etienne Krug, diretor do departamento de prevenção da violência e lesões da OMS.
Por outro lado, países como os Estados Unidos (5,4), França (1) e Japão (0,4) têm taxas baixas. O relatório observa que, em média, um a cada dois homicídios é cometido por arma de fogo. Mas outros tipos de violência, menos midiáticas, deveriam ser mais combatidas pelos Estados através de programas específicos.
Em todo o mundo, entre 100 e 140 milhões de meninas e mulheres foram submetidas à mutilação genital, cerca de 70 milhões de meninas se casaram antes de completar 18 anos, muitas vezes contra sua vontade, e 7% das mulheres podem ser vítimas de estupro em sua vida, lembra u estudo da OMS anterior, publicado no final de novembro.
Se 98% dos países têm leis contra estupro e 87% contra a violência doméstica, todos estão longe de aplicá-las. Apenas um terço dos 133 países pesquisados no relatório aplica programas de prevenção de assédio, facilita a visita de enfermeiras às famílias vulneráveis e fornece suporte para as pessoas que cuidam de idosos.
A OMS também ressalta que apenas metade desses países criaram serviços para proteger e apoiar vítimas de violência.