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Marcha dos Povos faz pressão em negociações sobre mudanças climáticas

A manifestação começou no ritmo da canção "Água não é negócio", que um grupo de jovens acompanhou com tambores e danças

Agência France-Presse
postado em 10/12/2014 21:34
Lima - Ativistas ambientais, indígenas e organizações sociais participaram de uma passeata nesta quarta-feira, em Lima, para pressionar a conferência climática da ONU por um acordo multilateral que favoreça as energias limpas e permita conter o aquecimento global no futuro.

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No meio da manhã, milhares de pessoas, algumas vestidas de duendes verdes protetores das florestas, partiram em um trajeto de cinco quilômetros do Campo de Marte até a praça San Martin, na chamada Marcha dos Povos.

A manifestação começou no ritmo da canção "Água não é negócio", que um grupo de jovens acompanhou com tambores e danças.

"Mudem o sistema", clamavam os manifestantes, muitos vindos de Brasil, Equador e Bolívia, que exigiram aos seus governantes proteger os recursos naturais.

A manifestação, que os organizadores esperam ser uma das maiores demonstrações ambientalistas recentes na América Latina, segue uma marcha celebrada em setembro em Nova York.


Fundo verde

Na conferência sobre o clima (COP20), os presidentes do México, Enrique Peña Nieto; do Peru, Ollanda Humala; e da Colômbia, Juan Manuel Santos, se comprometeram nesta quarta-feira a aportar 22 milhões de dólares ao Fundo Verde, destinado a apoiar os países na adaptação e na mitigação dos efeitos do aquecimento global.

O México, que na conferência de Copenhague, em 2009, foi o impulsionador da criação deste fundo, aportará 10 milhões de dólares, enquanto Peru e Colômbia doarão outros US$ 6 milhões cada um.

"Com estas e outras ações, o México está fazendo sua parte", disse Peña Nieto.

O Fundo Verde tinha alcançado na véspera US$ 10 bilhões, com aportes da Austrália, de US$ 165 milhões, e da Bélgica, de US$ 54 milhões.

financiamento para a adaptação foi estabelecido em 100 bilhões de dólares ao ano a partir de 2020.

"Não estamos diante de uma meta utópica ou inalcançável", afirmou Humala, ao comparar estes recursos com o gasto militar no mundo.

Enquanto isso, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, lembrou que seu país se comprometeu voluntariamente em reduzir 20% suas emissões de carbono até 2020 com base nas de 2007.

"Mas queremos que estes compromissos sejam submetidos a algum tipo de revisão", afirmou Bachelet.

A Humala, Santos e Bachelet deve-se unir mais tarde nesta quarta-feira o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e os quatro têm previsto dar uma declaração conjunta para estabelecer a posição do grupo Aliança do Pacífico sobre as mudanças climáticas.

Na quinta-feira estará na COP20 o secretário de Estado, John Kerry, depois que os Estados Unidos anunciaram um acordo com a China para reduzir as emissões de carbono e prometeu US$ 3 bilhões até 2020 em ajuda aos países vulneráveis às mudanças climáticas.

Pouco tempo

Os delegados têm até a próxima sexta-feira para avançar no acordo que será levado dentro de um ano na conferência de Paris, na qual serão selados os compromissos multilaterais a partir de 2020.

Estes compromissos devem assegurar que, no fim do século, o aquecimento global não seja superior a 2 graus Celsius, medidos desde a era pré-industrial.

Com as emissões atuais, a superfície terrestre esquentará 4; C mais este ano, uma ameaça à segurança alimentar e à disponibilidade de água potável, bem como de eventos climáticos extremos.

As deliberações desta quarta-feira se concentram na forma como as nações cumprirão suas promessas de reduzir as emissões causadoras de gases de efeito estufa.

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