Agência France-Presse
postado em 11/12/2014 18:34
Cidade do Vaticano- O papa Francisco advertiu nesta quinta-feira (11/12) à comunidade mundial reunida no Peru para a conferência da ONU sobre o clima que "o tempo está se esgotando" para salvar o planeta, diante do grave fenômeno do aquecimento global."As consequências das mudanças ambientais, que já se sentem de forma dramática em muitos países, sobretudo os insulares do Pacífico, nos lembram a gravidade da negligência e da inação. O tempo para encontrar soluções globais está se esgotando", escreveu o Papa em mensagem enviada ao ministro peruano do Ambiente, Manuel Pulgar Vidal, por ocasião da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que termina em 12 de dezembro, em Lima.
"Só podemos encontrar soluções adequadas se agirmos juntos", avaliou o Papa. "Existe, portanto, um claro, definitivo e inadiável imperativo ético para agir", reforçou em sua mensagem, divulgada pelo departamento de imprensa do Vaticano.
A defesa da Terra, a proteção do Meio Ambiente, o respeito à natureza são temos que o argentino Francisco aborda com frequência em público, pois está preparando uma encíclica sobre o tema. "É preciso cuidar da Terra pra evitar sua autodestruição", pediu em novembro passado à comunidade internacional, que assistia em Roma à Segunda Conferência sobre Nutrição da FAO.
[SAIBAMAIS]"A luta eficaz contra o aquecimento global só será possível com uma resposta coletiva responsável, que supere interesses e comportamentos particulares e se desenvolve livre de pressões políticas e econômicas", acrescentou em sua carta.
Francisco, o primeiro Papa da história vindo da América Latina, pediu "uma resposta coletiva que também seja capaz de superar atitudes de desconfiança". Também pediu para "promover uma cultura de solidariedade, do encontro e do diálogo, capaz de mostrar a responsabilidade de proteger o planeta e a família humana", sustentou.
Coincidindo com a mensagem enviada a Lima, o Papa postou um tuíte, no qual destacou que "a questão ecológica é vital para a sobrevivência do homem e tem uma dimensão moral que corresponde a todos".
Aos delegados de 195 países reunidos há quase duas semanas, que enfrentam uma pressão crescente para costurar um texto que indique de que forma serão reduzidas as emissões de carbono e como serão financiadas as nações pobres impactadas pelas mudanças climáticas, o pontífice pede que dialoguem em um clima de justiça e equidade.
"Desejo de coração que na Conferência de Lima, assim como nos encontros sucessivos, que serão decisivos para as negociações sobre o clima, se dê um diálogo impregnado desta cultura e dos valores que a sustentem: justiça, respeito e equidade", resumiu. O pacto mundial deve ser aprovado em dezembro de 2015 na conferência sobre o clima em Paris para entrar em vigor a partir de 2020.