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Primeiro-ministro do Haiti renuncia em meio a uma grave crise política

O Haiti espera eleições legislativas e municipais há mais de três anos, e o mandato do Parlamento termina no próximo 12 de janeiro

Agência France-Presse
postado em 14/12/2014 09:00
O primeiro-ministro do Haiti, Laurent Lamothe, anunciou neste domingo sua demissão, em meio a uma grave crise política que já provocou violentos protestos no país. "Deixo o cargo de primeiro-ministro esta noite com o sentimento de dever cumprido", disse Lamothe em pronunciamento exibido pela televisão.

Laurent Lamothe:

A renúncia de Lamothe não foi uma surpresa. O presidente haitiano, Michel Martelly, já havia indicado que o chefe do governo estava disposto a afastar-se do cargo para facilitar uma saída para a crise política, que impediu a organização de eleições parlamentares nos últimos três anos. Um homem morreu no último sábado após ser atingido durante novas manifestações pela demissão de Lamothe e Martelly, realizada em Porto Príncipe.

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Centenas de jovens tentaram passar pelas barricadas policiais para entrar no palácio presidencial, o que gerou tumultos. A renúncia do primeiro-ministro é uma das reivindicações de uma comissão consultiva convocada por ele para buscar uma saída para a crise.

Uma comissão estabelecida pelo presidente recomendou na semana passada a renúncia de Lamothe. Também aconselhou que o conselho eleitoral fosse dissolvido e a anistia de presos políticos. Os manifestantes exigem a convocação de novas eleições, previstas para ocorrer no final de outubro passado - mas o governo não conseguiu organizar. As autoridades ainda não conseguiram encontrar uma nova data.

O Haiti espera eleições legislativas e municipais há mais de três anos, e o mandato do Parlamento termina no próximo 12 de janeiro. A crise política fez com que, na última sexta-feira, os Estados Unidos reiterasse seu chamado para a realização de um novo pleito. As eleições são "fundamentais para o desenvolvimento democrático do Haiti, e para sua reconstrução e desenvolvimento", avaliou a porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Jennifer Psaki.

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