postado em 15/12/2014 13:29
A polícia invadiu o café em Sydney onde um homem armado mantinha um número indefinido de pessoas como reféns. Segundo a imprensa local, pelo menos duas pessoas morreram e outras três foram socorridas e levadas para o hospital, em estado crítico - um dos mortos é o atirador, segundo a agência France Press. A polícia australiana ainda não confirma as mortes. Enquanto agentes atingiam o local com bombas de gás, várias vítimas foram vistas saindo do café e correndo pela rua. O sequestro no estabelecimento situado na Martin Place - uma praça central do bairro financeiro da capital - começou por volta das 21h de domingo (14/11) no horário de Brasília - 10h da manhã de segunda no horário local. Não se sabe se o atirador está entre os mortos.
Testemunhas relatam barulho de explosões e gritos, enquanto policiais ajudavam os reféns, que foram atendidos em seguida por paramédicos. Um primo da brasileira que foi usada como porta-voz do sequestrador afirma que ela não está ferida e passa bem, apesar do grande susto. Marcia Mikhael, nascida em Goiás e naturalizada australiana, publicou, por meio de sua página no Facebook, as demandas do homem que mantém os reféns há treze horas sob a mira de uma arma. Morador de Goiânia, Ricardo Khouri, primo de Marcia, confirmou a informação mais cedo com exclusividade ao Correio e contou que a brasileira enviou uma mensagem via SMS ao marido, por volta das 11h40 de hoje (1h40 em Brasília). "Socorro. Eu não quero morrer", escreveu.
[SAIBAMAIS]O sequestrador, aparentemente sozinho, invadiu o local nesta segunda-feira (15/12). Ele chegou a exibir, através da janela, uma bandeira negra geralmente utilizada por grupos jihadistas, com a inscrição em árabe "Não existe outro Deus a não ser Alá, Maomé é o mensageiro de Alá". No entanto, ainda não se sabe se ele age em nome de grupos terroristas, como o Estado Islâmico.
Seis horas depois do início da tomada de reféns, cinco pessoas - três homens e duas mulheres ; já haviam conseguido sair do café em dois momentos diferentes, informou a polícia australiana. Entre os cinco reféns que conseguiram fugir, está a camareira Elly Chen e um funcionário da empresa indiana de informática Infosys, segundo a imprensa.
O sequestrador foi identificado pela imprensa como um clérigo nascido no Irã, chamado Man Haron Monis. O ex-advogado de Monis afirmou que a ação do iraniano não é trabalho de um grupo terrorista organizado. A imprensa australiana afirma ainda que Monis teria enviado cartas ofensivas às famílias de soldados mortos e está sob fiança por envolvimento na morte de sua ex-esposa. Ele teria 40 anos e chegou à Austrália como refugiado em 1996. A polícia não negou as informações, apenas afirmou que sabe quem é o sequestrador, mas que não pode identificá-lo enquanto a operação estiver em curso.
Com informações de Rodrigo Craveiro e da France Presse