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ONU acusa forças ucranianas e separatistas pró-russos de torturas

As Nações Unidas acusam também os rebeldes de terem criado "um Estado criminoso" nos territórios sob seu controle nas regiões industriais de Donetsk e de Lugansk

Agência France-Presse
postado em 15/12/2014 14:17
As Nações Unidas acusaram nesta segunda-feira as forças ucranianas e os separatistas pró-russos de terem cometido atos de tortura contra civis no leste da Ucrânia, onde ambos os lados se enfrentam há oito meses.

Em um novo relatório sobre direitos humanos divulgado nesta segunda, as Nações Unidas lamentam uma clara deterioração das condições dos 5,2 milhões de habitantes das zonas de conflito diante da aproximação do inverno. Muitas áreas estão sem água e sem energia elétrica.

"A situação é extremamente complicada para a população, principalmente para as pessoas mais velhas, para as crianças e para aquelas que dependem de ajuda pública", segundo o informe.

[SAIBAMAIS]

Em novembro, o governo ucraniano deixou de pagar o auxílio social aos moradores de territórios sob controle rebelde.

"Os esforços do governo para proteger a integridade territorial da Ucrânia e para restabelecer a ordem nas zonas em conflito foram acompanhados de detenções arbitrárias, tortura e desaparecimentos de pessoas suspeitas de ;separatismo e terrorismo;", segundo o informe.

"A maior parte das violações dos direitos humanos parece ter sido cometida por determinados batalhões de voluntários ou pelos serviços de segurança ucranianos (SBU)", segundo a mesma fonte.

As Nações Unidas acusam também os rebeldes de terem criado "um Estado criminoso" nos territórios sob seu controle nas regiões industriais de Donetsk e de Lugansk com o apoio de "combatentes estrangeiros". Kiev e os países ocidentais acusam a Rússia de apoiar militarmente os separatistas pró-russos. Moscou nega essas acusações.

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"Como a lei e a ordem são cada vez menos respeitadas, os integrantes dos grupos armados apoiados por combatentes estrangeiros cometem abusos como homicídios, torturas e sequestros para exigir um resgate ou para submeter as vítimas a trabalhos forçados", indica o relatório.

O conflito no leste da Ucrânia deixou mais de 4.600 mortos desde meados de abril, de acordo com o último registro da ONU.

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