Agência France-Presse
postado em 15/12/2014 17:42
Bruxelas- O primeiro-ministro ucraniano Arseni Yatseniuk pediu nesta segunda-feira (15/12) que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, respeite os acordos concluídos em setembro em Minsk - prevendo um cessar-fogo e negociações de paz no Leste do país - durante visita à sede da Otan. "Nós pedimos que o presidente e as autoridades russas executem o acordo e comecem um verdadeiro processo de paz na Ucrânia", declarou Yatseniuk, em Bruxelas, após um encontro com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
"A melhor solução para o conflito no leste é que a Rússia respeite os acordos de Minsk", insistiu, pedindo a retirada das tropas russas e o fim "do abastecimento" de armas e equipamentos aos rebeldes pró-russos. Moscou nega qualquer envolvimento com o movimento separatista no leste da Ucrânia.
Stoltenberg mostrou seu apoio ao premiê ucraniano, que "mostrou uma verdadeira vontade para encontrar uma solução pacífica para a crise", segundo ele. "A Otan estará do lado de vocês desde que continuem trabalhando com este objetivo", garantiu.
Um cessar-fogo foi acordado em setembro passado, em Minsk, pelos presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Petro Porochenko, mas o acordo não impediu que os combates deixassem mais de mil mortos desde então. Em oito meses, o conflito ucraniano matou 4.634 pessoas, segundo a ONU.
Yatseniuk lembrou o desejo das autoridades pró-europeias para que Kiev integre de forma permanente a Otan. Ele também ressaltou isso só ocorreria após o cumprimento de diversas etapas.
Segundo ele, será necessário, primeiramente, modificar a legislação que faz da Ucrânia um país "fora de bloco", não alinhado, e depois "adotar e colocar em prática as reformas" do exército e do setor de defesa "para poder cumprir os critérios necessários para apresentar a candidatura".
Além disso, o presidente Petro Poroshenko prometeu consultar a população em referendo sobre a adesão à Otan, sem estabelecer uma data. Yatseniuk pediu nesta segunda-feira à Aliança Atlântica "uma ajuda suplementar para revisar e desenhar uma nova estratégia de defesa e de segurança nacional, já que nós devemos modernizar o exército ucraniano".
A Otan já disponibilizou cinco fundos para ajudar a Ucrânia a modernizar suas forças armadas. O primeiro-ministro ucraniano - que encontrou-se nesta segunda-feira o novo presidente da União Europeia, Donald Tusk - ainda participaria da reunião do primeiro Conselho de Associação UE-Ucrânia, também em Bruxelas.