Agência France-Presse
postado em 15/12/2014 20:04
Bruxelas- Os ministros europeus das Relações Exteriores apoiaram, nesta segunda-feira (15/12), a proposta da ONU para a instalação de zonas de cessar-fogo na Síria, especialmente em Alepo. O emissário da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, propôs no último 30 de outubro a instalação de zonas que permitam a distribuição de ajuda humanitária no país devastado por uma guerra que já dura três anos e matou mais de 200.000 pessoas. Ele estimou que Alepo (norte), dividida entre rebeldes e governistas desde julho de 2012, poderia ser "uma boa candidata" para este tipo de zona. Desde então, ele negocia com o regime e representantes da oposição. Os ministros europeus se encontraram com Mistura neste domingo em Bruxelas. "Alepo pode ser a cidade piloto" antes de aplicar a medida a outras cidades do território, avaliou o ministro espanhol José Manuel Garcia Margallo.
Mas o cessar-fogo depende do apoio da Rússia, do Irã e da Arábia Saudita no Conselho de Segurança da ONU, afirmou o ministro luxemburguês Jean Asselborn. Mesmo que o presidente Bashar al-Assad "faça parte da realidade", a União Europeia continua trabalhando "por uma Síria sem Assad e sem Estado Islâmico", grupo extremista que ganhou espaço no território sírio e iraquiano, ressaltou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, após a reunião.
Ela comemorou o envolvimento da Rússia na busca por uma solução para o conflito sírio. "É uma boa oportunidade para que a Rússia desempenhe um papel positivo", avaliou. Ela acrescentou ainda que o Irã também é um importante "ator regional" e que a União Europeia deve "trabalhar" com Teerã - atualmente em desacordo com o Ocidente sobre seu programa nuclear.
A chefe da diplomacia europeia irá a Bagdá e Erbil, capital da região autônoma do Curdistão iraquiano, na próxima semana. Os ministros anunciaram em comunicado que "a União Europeia buscará meios para apoiar concretamente" os esforços de Mistura. Isso pode passar pela ajuda "no restabelecimento da governança e da administração locais e dos serviços de base" nas zonas onde os conflitos estão paralisados.
Os diplomatas europeus também deram apoio à proposta Bósnia de retomar o processo de reaproximação com a União Europeia em troca de um compromisso escrito de seus líderes para colocar em prática reformas políticas e econômicas. Na reunião do primeiro Conselho de Associação Ucrânia-UE, o país será chamado a estabelecer grandes reformas econômicas e políticas, prometidas pelo novo governo pró-europeu.
Os ministros também decidiram nesta segunda-feira iniciar uma missão de conselho e treinamento das forças armadas centro-africanas, com o objetivo de formar um exército "republicano, profissional e multi-étnico", antes da retirada dos soldados das forças europeias Eufor RCA, atualmente em Bangui, cuja missão termina em março.