postado em 17/12/2014 09:50
O Paquistão acordou hoje (17) de luto, com bandeiras a meio-mastro, escolas fechadas e com o início dos funerais, após o massacre cometido pelos talibãs em uma escola de Peshawar, no Noroeste do país. A ação deixou 141 mortos, a maioria crianças.Vigílias com velas e orações em mesquitas, em homenagem às vítimas, foram feitas durante a noite em diferentes cidades paquistanesas, enquanto em Peshawar começaram as cerimônias fúnebres, que ocorrem sob fortes medidas de segurança.
Em Peshawar, capital da província de Khyber, próximo a zonas tribais redutos dos talibãs e local frequente de atentados, todas as escolas e centros educativos fecharam as portas.
Em Islamabad, todas as instituições governamentais também estavam fechadas, de acordo com meios de comunicação locais.
[SAIBAMAIS]
O governo reúne-se hoje com os principais partidos políticos para discutir a situação após o ataque, qualificado pelo primeiro-ministro Nawaz Sharif de ;tragédia nacional;, que levou a três dias de luto.
O líder do partido da oposição Pakistan Tehreek-e-Insaf, Imran Khan, que comandou protestos e mobilizações nas ruas contra o governo, estará presente no encontro.
O ataque ocorreu ontem (16) de manhã, quando rebeldes, vestidos com uniformes do Exército, entraram em uma escola pública militar em Peshawar, iniciando o terror que durou oito horas até as forças de segurança tomarem o controle do complexo educativo.
Segundo testemunhas e fontes oficiais, os talibãs dispararam e lançaram granadas de sala em sala contra professores e estudantes. No total, morreram 132 alunos e nove funcionários da escola. Houve também 122 feridos. Sete talibãs foram mortos dentro da escola.
O mais sangrento ataque terrorista da história do Paquistão foi reivindicado pelo principal comando talibã do país, o Movimento dos Talibãs do Paquistão.
O movimento declarou ter feito o ataque em represália à operação militar lançada em junho e ainda em curso contra seus esconderijos e os dos aliados da Al Qaeda no Waziristão do Norte, zona tribal no Noroeste, na fronteira afegã.