Agência France-Presse
postado em 18/12/2014 12:06
Um tribunal egípcio condenou nesta quinta-feira 40 seguidores do ex-presidente islamita Mohamed Mursi a penas de um a 15 anos de prisão por envolvimento em atos de violência em agosto de 2013, incluindo incêndios em várias igrejas, segundo uma autoridade do tribunal.A destituição de Mursi pelo ex-chefe das Forças Armadas e atual presidente Abdel Fattah al-Sissi, em julho de 2013, provocou uma onda de violência sem precedentes no Egito. No dia 14 de agosto de 2013, enquanto policiais e soldados dispersavam duas manifestações a favor de Mursi - em um banho de sangue no Cairo com mais de 700 mortos -, dezenas de igrejas, casas e estabelecimentos comerciais pertencentes a coptas - os cristãos do Egito - foram atacados e incendiados em represália, principalmente no centro do país.
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[SAIBAMAIS]O tribunal de Assiout, cerca de 400 quilômetros ao sul do Cairo, condenou nesta quinta-feira duas pessoas a 15 anos de prisão, três outras a dez anos e 22 a cinco anos de detenção, segundo a autoridade.
Outras sete terão que cumprir penas de três anos de prisão, enquanto seis foram condenadas a um ano de prisão e 61, absolvidas, acrescentou.
Quando forem liberados, os condenados serão colocados sob vigilância policial por dois anos, de acordo com a mesma fonte. Eles podem apelar da decisão.
Os 40 acusados foram condenados por terem participado de episódios de violência que sacudiram a província de Assiout em 14 de agosto de 2013. Cinco igrejas, instalações da polícia e lojas foram incendiadas, segundo a autoridade.
Desde julho de 2013, uma repressão iniciada pelas autoridades contra os militantes da Irmandade Muçulmana - grupo ao qual Mursi pertence - deixou mais de 1.400 mortos, a maior parte manifestantes. Mais de 15.000 pessoas foram presas e centenas, condenadas à morte em julgamentos sumários.