Agência France-Presse
postado em 18/12/2014 12:25
O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (18/12) que está muito feliz com a decisão dos Estados Unidos e de Cuba de normalizar suas relações e elogiou o trabalho dos diplomatas que atuaram com ;pequenos gestos; para obter esse resultado. "Hoje, estamos todos muito contentes porque vimos como dois povos, que haviam se afastado por anos, deram ontem um passo para se aproximar", declarou o pontífice argentino ante um grupo de treze novos embaixadores ante a Santa Sé, durante a apresentação de suas credenciais.O papa, cuja mediação foi crucial para obter o histórico acordo, reconheceu que esse resultado foi conquistado graças ao papel dos diplomatas. "O trabalho de embaixador é um trabalho de pequenos gestos, de pequenas coisas, mas que terminam por conseguir a paz, aproximar os corações dos povos, semear a fraternidade", acrescentou Francisco.
[SAIBAMAIS]O reconhecimento público foi feito já na quarta-feira pelo presidente Barack Obama e seu colega cubano Raúl Castro, que agradeceram a gestão pessoal do Papa, classificada por ambos de crucial, o que confirma a vontade de Francisco de entrar para a história como um homem de paz, que luta pela fraternidade entre os povos.
Em declarações à Rádio Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé e artífice da diplomacia de ;pequenos passos;, assegurou que o gesto do papa Francisco de escrever uma carta de próprio punho aos dois presidentes foi um gesto determinante. "Ele os convidou a superar as dificuldades existentes entre os dois países e a buscar um ponto de acordo, um ponto de encontro", contou.
Para Parolin, que foi núncio apostólico na Venezuela, o fato de Francisco ser oriundo do continente americano também contribuiu para o sucesso da mediação. "Ele conhecia a problemática e encontrou a maneira justa - digamos - para fazer com que se superasse a distância e as partes se aproximassem", enfatizou. "O Papa diz e repete sempre e eu gosto de ressaltar isso: quando há problemas, deve-se aplicar o método do diálogo. Mais problemas aparecem, mais se deve dialogar", concluiu.