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Austronautas russo e americano vão passar um ano em Estação Espacial

A missão, feita em conjunto pela Rússia e os EUA, apesar das tensões diplomáticas, será a permanência mais longa de um ser humano na Estação Espacial Internacional

Agência France-Presse
postado em 18/12/2014 18:45
Paris- Dois veteranos do espaço, o astronauta russo Scott Kelly e o cosmonauta russo Mikhail Kornienko, apresentaram nesta quinta-feira (18/12), em Paris, a missão científica que os levará em março à Estação Espacial Internacional (ISS) durante um ano para estudar os efeitos de uma permanência prolongada no espaço.

A missão de Kelly e Kornienko, feita em conjunto pela Rússia e os Estados Unidos, apesar das tensões diplomáticas, será a permanência mais longa de um ser humano na ISS desde a chegada do primeiro astronauta no ano 2000.

No entanto, o recorde absoluto continua sendo do russo Valeri Poliakov, que passou mais de 14 meses seguidos na estação espacial Mir, em 1995. "Gosto de desafios", disse Scott Kelly, de 50 anos, durante coletiva de imprensa na sede da Unesco, em Paris, ao lado de Kornienko, de 54 anos.

Ao final da missão, se tudo correr bem, Kelly se tornará o americano com mais tempo no espaço. O astronauta americano, que já ficou seis meses seguidos no espaço, considerou "interessante" passar "o dobro do tempo".

As missões de longa duração representam "um desafio" em nível médico, pois podem provocar atrofia muscular, perda de massa óssea e problemas de visão, assim como um impacto no sistema imunológico e consequências no corpo devido às radiações, afirmou.



"Se chegar o dia em que serão necessários três anos para viajar a Marte, será preciso entender o que vai acontecer com o nosso corpo", afirmou. Os americanos planejam fazer uma primeira viagem ao planeta vermelho por volta de 2030, graças à nova base espacial Orion, que está em fase de teste.

Mikhail Kornienko, por sua vez, pensa que a viagem a Marte poderia, inclusive, ocorrer antes. "Sou otimista", disse o cosmonauta russo, que defendeu "unir" esforços. "Não deve ser um país só. Temos que chegar juntos", acrescentou.

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