Agência France-Presse
postado em 20/12/2014 16:22
A Rússia denunciou neste sábado as novas sanções americanas por seu papel na crise ucraniana, elogiadas pelo governo de Kiev, que prepara negociações de paz com os separatistas pró-Rússia do leste do país. Hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que nenhum país conseguirá "intimidar, conter ou isolar" a Rússia e ressaltou que está preparado para "passar por algumas dificuldades" para assegurar a soberania do país, objeto de sanções ocidentais.
"É evidente que ninguém conseguirá intimidar, conter ou isolar a Rússia. Ninguém conseguiu e ninguém conseguirá, jamais", frisou Putin, em um discurso por ocasião do dia dos trabalhadores das agências de segurança. "As sanções têm como objetivo obstruir o processo político", acusa o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.
[SAIBAMAIS]"Aconselhamos Washington e Ottawa a refletirem sobre as consequências de tais ações", completa a nota. Moscou, que já foi objeto de sanções pela anexação da península ucraniana da Crimeia, recebeu um novo golpe com as novas medidas dos Estados Unidos e do Canadá, anunciadas na sexta-feira.
"Saudamos as sanções. Isso demonstra o apoio à Ucrânia por parte desses países", comemorou o porta-voz do Ministério ucraniano das Relações Exteriores, Evguen Perebyinis. Tudo acontece antes das negociações em Minsk entre Kiev e os separatistas pró-Rússia, previstas a princípio para domingo, com a participação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e da Rússia.
As negociações já foram adiadas diversas vezes, apesar das pressões ocidentais sobre Ucrânia e Rússia para que resolvam o conflito armado. Mais de 4.700 pessoas já morreram desde abril. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que anunciou inicialmente a reunião de Minsk no domingo, convocou o Conselho de Segurança Nacional e de Defesa para este sábado.
Nos próximos dias, Kiev receberá dois aliados do presidente russo, Vladimir Putin: o presidente bielo-russo, Alexander Lukashenko, no domingo; e o cazaque, Nursultan Nazarbaiev, na segunda-feira, ambos preocupados com a repercussão da crise em seus países. Em uma visita a Kiev na sexta-feira, o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que é preciso fazer todo o possível para a retomada das negociações entre Kiev e os rebeldes. Uma fonte dos separatistas disse, porém, que os rebeldes não estariam prontos até segunda-feira.