Mundo

Oposição pede que infanta Cristina renuncie a direito ao trono espanhol

Cristina de Borbón, de 49 anos, será julgada por delitos fiscais no 'caso Noos'

Agência France-Presse
postado em 23/12/2014 21:30
Cristina de Borbón, de 49 anos, será julgada por delitos fiscais no 'caso Noos' Várias vozes da oposição da esquerda espanhola pediram nesta terça-feira que a infanta Cristina, irmã do rei Felipe VI, renuncie aos seus direitos dinásticos, depois que, na véspera, um juiz decidiu julgá-la em um amplo caso de corrupção.

Sexta na linha de sucessão ao trono espanhol, Cristina de Borbón, de 49 anos, será julgada por delitos fiscais no ;caso Noos;, um processo de suposto desvio de dinheiro no qual um dos principais acusados é seu marido, Iñaki Urdangarin.

O escândalo, que veio a público em 2011, com o indiciamento de Urdangarin, ajudou a degradar a imagem do rei Juan Carlos, de 76 anos. Em junho, ele abdicou em favor do filho, Felipe, a quem a oposição agora pede que intervenha para salvaguardar a coroa.

"O futuro da infanta não é uma decisão da infanta. É o rei que deve decidir se mantém estas prerrogativas", afirmou o porta-voz da Justiça do partido ecologista-comunista Esquerda Unida no congresso, Gaspar Llamazares.

Leia mais notícias em Mundo

[SAIBAMAIS]Contatada pela AFP, a casa real afirmou que "a renúncia aos direitos é uma decisão que corresponde à infanta Cristina".

Antonio Pradas, número três do Partido Socialista, o principal da oposição, também pediu que o monarca convença sua irmã "para dar crédito a uma instituição que, além disso, se renovou recentemente". "Acho que seria um elemento muito positivo", acrescentou.

Em uma Espanha asfixiada por seis anos de crise e indignada pela proliferação de casos de corrupção, Felipe VI, de 46 anos, prometeu em sua cerimônia de proclamação uma coroa com "uma conduta honesta e transparente".

Desde então, ele fez várias reformas na casa real, destinadas a publicar os gastos e regulamentar o comportamento de seus membros.

O secretário-geral no Congresso do governamental Partido Popular (PP, direita), José Antonio Bermúdez de Castro, pediu que se respeite a presunção de inocência da infanta, cuja defesa anunciou que tentará recorrer do processo.

Afastada, assim como Urdangarin, dos atos oficiais da coroa desde o fim de abril de 2011, Cristina, que vive e trabalha na Suíça, deixou de fazer parte, juntamente com a irmã Elena, da família real com a ascensão ao trono de Felipe, como manda o protocolo, já que só a compõem os pais e filhos do monarca que ocupa o trono.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação