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Orações e lágrimas marcam as recordações do tsunami de 2004 na Ásia

Terremoto de 9,3 graus, em dezembro de 2004, atingiu a Indonésia e o litoral de vários países, como Sri Lanka e Tailândia, e chegando até a África

Banda Aceh, Indonésia - As orações e as visitas solenes às fossas coletivas marcaram nesta sexta-feira as cerimônias que recordam os 10 anos do tsunami na Ásia, que deixou 220 mil mortos ou desaparecidos e afetou 14 países do Oceano Índico. Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto de 9,3 graus de - o mais intenso no planeta desde 1960 - abalou as costas da ilha indonésia de Sumatra, provocando ondas devastadoras no litoral de vários países, como Sri Lanka e Tailândia, e chegando até a África.



[SAIBAMAIS]De fato, a catástrofe provocou tamanha solidariedade que meses depois já haviam sido arrecadados em todo o mundo 13,5 bilhões de dólares, dos quais sete bilhões foram destinados para reconstruir 140 mil casas destruídas em Aceh, além de milhares de quilômetros de estradas, novas escolas e hospitais.

"Penso neles todos os dias"

No sul da Tailândia, país onde metade das 5.300 vítimas fatais da onda gigante eram estrangeiros de férias, muitos turistas se reuniram em um parque que recorda a tragédia na pequena localidade de Ban Nam Khem. "Todo mundo conhecia alguém que foi afetado pelo tsunami. Eu também. Queremos apresentar nosso respeito", disse Agn;s Moberg, uma sueca de 18 anos.

O país escandinavo perdeu mais 500 cidadãos na tragédia. Na mesma área, Somjai Somboon, de 40 anos, afirmou à AFP que ainda tenta superar a perda dos dois filhos, que foram levados pelas gigantescas ondas do tsunami de sua casa na Tailândia. "Penso neles todos os dias", afirmou a tailandesa, sem conseguir conter as lágrimas. No Sri Lanka, país que perdeu 31 mil cidadãos, a recordação da tragédia aconteceu no local em que as ondas gigantes arrastaram um trem, uma tragédia que matou mil passageiros, 90 km ao sul de Colombo.

Para evitar novas tragédias semelhantes, um sistema de alerta de tsunamis foi criado em 2011, ao mesmo tempo que alguns países investiram para preparar a população para eventuais catástrofes. Mas os especialistas alertam para um relaxamento da vigilância das populações vulneráveis às catástrofes naturais, apesar da entrada em vigor dos sistemas de alerta.