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Burkina Faso: manifestantes pedem saída de ministro acusado de corrupção

Cerca de 40 organizações pediram ao primeiro-ministro que demita Moumouni Guiguemdé

Agência France-Presse
postado em 26/12/2014 19:37
Dezenas de pessoas foram às ruas de Uagadugu protestar, nesta sexta-feira, na frente do Ministério de Infraestrutura de Burkina Faso, para reivindicar a renúncia do ministro Moumouni Guiguemdé, acusado pela imprensa local de ser um ex-preso e falsário.

Em uma declaração, cerca de 40 organizações da sociedade civil pediram ao primeiro-ministro Yacouba Isaac Zida que "demita Guiguemdé de suas funções".

"Estamos aqui esta manhã para pedir ao ministro que renuncie, porque lemos na imprensa uma matéria intitulada ;Um ex-preso no governo Zida;", explicou M;bi Yaméogo, delegado dos funcionários do Ministério, que protestavam pela segunda vez.

De acordo com a matéria publicada em meados de dezembro no veículo "Le Reporter", o ministro já foi preso nos Estados Unidos.

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[SAIBAMAIS]"Moumouni Guiguemdé é um foragido da Justiça. Em uma outra vida nos Estados Unidos, nos anos 1990, ele foi condenado pela Justiça americana a uma pena de quatro meses e meio de prisão e a pagar uma multa de US$ 5.000, em um caso de corrupção", denunciou o jornal, que publicou vários documentos sobre o ministro.

Os manifestantes também pedem para ter acesso aos "diplomas" de Guiguemdé, depois que o jornal colocou suas qualificações em xeque.

Diante dessas "alegações graves", o governo "está verificando, investigando (...) antes de se pronunciar", afirmou o ministro da Comunicação, porta-voz do governo.

Em novembro, protestos já haviam pressionado pela renúncia do agora ex-ministro da Cultura Adama Sagnon. Ele havia sido bastante criticado por sua atuação como promotor no "caso Zongo", sobre o mal explicado assassinato do conhecido jornalista investigativo Norbert Zongo, em 1998, e que incendiou o país.

Burkina Faso vive em um regime de transição desde a queda de Blaise Compaoré, derrubado do governo por uma insurreição popular em 31 de outubro passado, após 27 anos no poder.

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