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Equipes de resgate lutam para ajudar vítimas de enchentes na Malásia

Malaios expressaram revolta contra o primeiro-ministro Najib Razak após a divulgação de fotos que mostravam o líder jogando golfe com Obama



Os ânimos se exaltaram entre pessoas abrigadas em um centro de refúgio nos arredores de Kota Bharu, que temiam que a situação piorasse, já que a chuva não dava trégua nas áreas vizinhas.

"Estou zangado com eles (o governo). Nós não nos importamos com a sua política. Só queremos que o governo faça o que deve ser feito e nos ajude", declarou Farhana Suhada, de 23 anos e que trabalha para o serviço de correios.

Segurando firme o seu filho de seis meses, ela afirmou: "Para o café da manhã eu tinha três biscoitos e chá. Não há água suficiente e nenhuma comida para o meu bebê. Eu tive que comprar meu próprio leite", disse.

Farhana foi forçada a abandonar sua casa há quatro dias depois que as águas das enchentes subiram rapidamente quase alcançando seu pescoço.

"Perdi tudo, minha casa, meu carro e minha moto sofreram danos enormes", disse ela, que estava entre as 200 pessoas que buscaram refúgio em uma escola de dois andares.

O primeiro-ministro Najib, por sua vez, chegou em Kelantan para liderar a resposta nacional à inundação depois de interromper suas férias no Havaí e deve se encontrar com vítimas das enchentes.

As inundações, provocadas por chuvas torrenciais de monções, até agora deixaram cinco mortos.

Esta região é atingida regularmente por inundações durante as monções anuais, mas as chuvas deste ano têm sido excepcionalmente ruins.

Situação desafiadora

O vice-primeiro-ministro, Muhyiddin Yassin, admitiu que as equipes de resgate estavam lutando com a falta de energia elétrica e com estradas bloqueadas pelas enchentes.

"Admito que a situação é desafiadora para as equipes de resgate e estamos fazendo o nosso melhor para garantir que a comida chegue às vítimas dessa situação da inundação", afirmou ao jornal Star.

Helicópteros e caminhões militares foram vistos na área de Kota Bharu, localizada perto da fronteira com a Tailândia, mas os esforços das equipes de resgate estavam sendo dificultados pelo aumento rápido do nível das águas e pelas fortes correntezas, enquanto as estradas que levavam às áreas mais atingidas estavam intransitáveis.