Mundo

Otan encerra missão de 13 anos no Afeganistão com cerimônia oficial

A Aliança Atlântica comunicou os detalhes desta cerimônia no último minuto para evitar eventuais atentados por parte dos talibãs

Agência France-Presse
postado em 28/12/2014 11:57
Cabul - As forças da Otan no Afeganistão (Isaf) celebraram neste domingo com uma cerimônia oficial sua saída do país após 13 anos de combates, dias antes do fim efetivo de sua operação, previsto para 1; de janeiro.

"Juntos tiramos o povo afegão das trevas do desespero e demos a ele esperança no futuro", declarou o general John Campbell ante os soldados da Otan em uma cerimônia solene. "Tornaram o Afeganistão mais forte e nossos países mais seguros", acrescentou.

Leia mais notícias em Mundo

A Aliança Atlântica comunicou os detalhes desta cerimônia no último minuto para evitar eventuais atentados por parte dos talibãs, que atacaram a capital afegã em várias ocasiões nos últimos anos e que ainda mantêm uma insurreição armada.

A missão "Apoio Decidido", de ajuda e formação do exército afegão, assumirá o lugar no dia 1; de janeiro da missão de combate da Isaf, que perdeu 3.485 soldados desde 2001.

[SAIBAMAIS] Cerca de 12.500 militares continuarão, no entanto, no Afeganistão para ajudar os 350.000 efetivos das forças de segurança, que enfrentam sozinhos a partir de agora a insurreição talibã. Os talibãs dirigiram o país entre 1996 e 2001.

Em seu auge, em 2011, as forças da Otan contaram com até 130.000 soldados procedentes de cinquenta países.

A cerimônia, realizada no quartel-general da força aliada em Cabul e na qual a bandeira da Otan em Cabul foi arriada, foi classificada de fracasso pelos talibãs.

"Os 13 anos de missão americana e da Otan foram um fracasso absoluto no Afeganistão. A cerimônia de hoje é seu fracasso", declarou à AFP o porta-voz talibã, Zabihullah Mujahid.

Já o presidente americano, Barack Obama, declarou em seu discurso de Natal que "em poucos dias nossa missão de combate no Afeganistão terá terminado" e disse que "nossa guerra mais longa terminará de maneira responsável".

Mas a recente violência, sobretudo em Cabul, coloca em evidência as dificuldades que a próxima força internacional enfrentará para ajudar na luta contra a insurreição dos talibãs.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação