Agência France-Presse
postado em 29/12/2014 13:10
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou nesta segunda-feira (29/12) que no próximo 15 de janeiro se reunirá em Astana com seus colegas russo, Vladimir Putin, francês, François Hollande, e a chanceler alemã Angela Merkel para falar sobre a paz no leste da Ucrânia."Meu ano diplomático começa em 15 de janeiro em Astana [Cazaquistão] com uma reunião do grupo Normandia", disse Poroshenko em coletiva de imprensa concedida em Kiev. "Os ministros das Relações Exteriores dos países do grupo da Normandia receberam a tarefa de elaborar uma pauta e os projetos de resolução da cúpula", explicou Poroshenko.
A agência de notícias russa Tass, citando uma fonte diplomática, confirma o encontro - mas não a data. O primeiro encontro do gênero ocorreu durante as cerimônias de comemoração do Desembarque da Normandia (noroeste da França) em junho e o segundo foi realizado na cidade italiana de Milão, em outubro passado.
Os quatro líderes se falam regularmente por telefone para tentar encontrar uma solução para o conflito no leste separatista pró-Rússia, que já deixou mais de 4.700 mortos desde abril.
Ao término de um destes encontros ficou decidida a organização de duas reuniões em Minsk, em 24 e 26 de dezembro entre Kiev e os rebeldes com a participação da Rússia e da Organização para a Cooperação e a Segurança na Europa (OSCE).
Após as "difíceis" negociações de 24 de dezembro, as partes entraram em acordo para levar a cabo uma troca de prisioneiros que ocorreu no último final de semana. Mesmo assim, o diálogo segue estancado enquanto a trégua é cumprida.
Segundo Poroshenko, três soldados ucranianos morreram em combates no aeroporto de Donetsk, no leste do país. Poroshenko ressaltou nesta segunda-feira que o conflito no leste do país é "artificial" e foi "levado por agressores e invasores que devem ir embora", em clara alusão à Rússia.
Segundo o presidente, somente o "fechamento das fronteiras" e a "retirada das tropas estrangeiras" permitirão a resolução do conflito. Moscou desmente qualquer implicação no conflito. Segundo o exército ucraniano, no leste da Ucrânia pode haver até 10 mil soldados russos.