postado em 30/12/2014 07:45
A bordo de um navio da marinha Indonésia, equipes de busca já localizaram mais de 40 corpos no mar nesta terça-feira (30/12) nos trabalhos de busca do avião da companhia AirAsia, desaparecido no domingo (28/12). "O navio de guerra Bung Tomo recuperou 40 corpos e o número cresce", disse o porta-voz da Marinha, Manahan Simorangkir. Acompanhando as buscas pelas redes de televisão, familiares das 162 pessoas que estavam na aeronave se abraçaram e choraram em Surabaya, local de onde o voo QZ-8501 da AirAsia partiu. Imagens de destroços e do primeiro corpo encontrado, que flutuava na água, foram exibidas ao vivo, causando grande comoção.
A confirmação veio horas depois das autoridades indonésias enviarem helicópteros e navios à região, após terem recebido informações de que um pescador teria encontrado vários objetos no Mar de Java. O corpo do primeiro passageiro resgatado foi visto por volta de 13h25 (4h25 de Brasília), mais de 48 horas depois do desaparecimento do Airbus A320-200. Pouco antes, em uma coletiva de imprensa, um porta-voz da Força Aérea da Indonésia, Agus Dwi Putranto, havia detalhado a descoberta.
Murjatmodjo afirmou que foram encontrados itens significativos como uma porta de passageiros e uma do compartimento de carga. ;Estão no mar, a 160 quilômetros a Sudoeste de Pangkalan Bun;, no centro de Kalimantan, na Ilha de Bornéu;, explicou. Pouco antes, um porta-voz da Força Aérea da Indonésia revelou que tinham sido localizados vários objetos, alguns dos quais de grande dimensão, de cor branca e que alguns se assemelhavam a uma porta de avião e a uma rampa de emergência. Os destroços foram localizados a cerca de 10 quilômetros da última posição do avião capturado pelo radar.
Um avião da Força Aérea observou uma "sombra" no fundo do mar pode ser do voo QZ8501, informou o chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, Bambang Soelistyo, em uma coletiva de imprensa em Jacarta. "Às 12h50, um Hércules da força aérea encontrou um objeto descrito como uma sombra no fundo do mar com a forma de um avião", disse Soelistyo.
Assim que foram anunciadas as primeiras informações sobre a localização do corpos, o CEO da AirAsia, Tony Fernandes, postou no Twitter uma mensagem de condolências às famílias. ;Meu coração está cheio de tristeza por todas as famílias envolvidas no QZ8501. Em nome da AirAsia, minhas condolências a todos. Palavras não podem expressar o quanto eu estou triste;, lamentou.
Entenda o caso
O voo QZ8501 da AirAsia saiu da cidade de Surubaia, na Indonésia, no domingo. A aeronave pousaria duas horas depois, em Cingapura, de acordo com a previsão da companhia. Segundo o áudio, ao decolar, o piloto do avião havia pedido permissão para voar a 10.400 metros de altitude, solicitação negada devido ao tráfego naquele momento. Já durante o percurso, o piloto chamou novamente a torre de controle, pedindo permissão para mudar a altitude de 32 mil para 38 mil pés. O objetivo seria evitar passar por uma tempestade. A torre acatou ao pedido de alteração da rota imediatamente.
Cerca de dois minutos depois, a torre perdeu o contato com a aeronave, no momento em que controladores tentavam comunicar a alteração para que o avião subisse. Nenhum sinal de socorro foi emitido. O QZ8501 da AirAsia levava a bordo 155 passageiros, entre eles 16 crianças e um bebê, além de sete integrantes da tripulação. Entre eles há 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malaio e um cingapuriano.
Tragédias
O ano de 2014 foi trágico para a aviação civil da Malásia. O acidente da AirAsia soma-se à perda de duas aeronaves da companhia Malaysia Airlines. Em 8 de março, o voo MH370 da Malaysia Airlines, um Boeing, desapareceu dos radares pouco depois de decolar de Kuala Lumpur rumo a Pequim com 239 pessoas a bordo. O avião nunca foi encontrado e seu desaparecimento continua sendo um mistério. Pode ter caído no oceano Índico devido à falta de combustível.
No dia 17 de julho, outro Boeing da Malaysia Airlines, o do voo MH17, que voava de Amsterdã a Kuala Lumpur, foi abatido por um míssil quando sobrevoava o leste da Ucrânia, palco de uma guerra.
Com informações da France Presse