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Tunisianos e iemenitas de Guantánamo são transferidos ao Cazaquistão

A transferência dos cinco homens foi aprovada por unanimidade após uma análise exaustiva realizada por várias agências americanas

Agência France-Presse
postado em 31/12/2014 09:29
Dois tunisianos e três iemenitas foram transferidos na terça-feira (30/12) da prisão de Guantánamo ao Cazaquistão, anunciou o Pentágono. Os cinco prisioneiros, que nunca foram julgados e que foram declarados como "liberáveis" em 2010 ou até mesmo antes, passaram mais de 11 anos em Guantánamo, Cuba.

Eles foram levados em um voo militar americano e chegaram ao Cazaquistão na terça-feira às 23h15 de Washington (02h15 de Brasília desta quarta-feira), indicou à AFP o tenente-coronel Myles Caggins, porta-voz do Pentágono.

O presidente Barack Obama prometeu fechar a prisão de Guantánamo, criada para abrigar suspeitos de terrorismo após os atentados de 11 de setembro de 2001, antes de concluir seu mandato.

A transferência dos cinco homens foi aprovada por unanimidade após uma análise exaustiva realizada por várias agências americanas, disse o Pentágono em um comunicado. Com estas transferências, 28 delas em 2014, restam 127 detidos na base americana em Cuba.



Os libertados são os tunisianos Lotfi Ben Ali, de 49 anos, conhecido como Mohamed Abdul Rahman, cuja libertação havia sido aprovada em 2006, e Adel al Hakeemy, de 49 anos.

Os outros três são os iemenitas Asim Thabit Abduláh al Jalaqi, de 46 anos, Mohamed Ali Husein Janaynah, de 46 anos, e Sabri Mohamed Ibrahim al Qurashi, de 44. "Em conformidade com as exigências legais, o secretário de Defesa (Chuck Hagel) informou ao Congresso a intenção dos Estados Unidos de transferir estes indivíduos", disse em seu comunicado o Pentágono, ressaltando que esta libertação foi coordenada com o governo do Cazaquistão para garantir que ocorresse nas "condições de segurança e de direitos humanos apropriadas".

Mais libertações

Estas libertações colocam em evidência o esforço do governo de Obama para conseguir fechar a prisão, o que prometeu há seis anos quando chegou ao poder. "Estamos determinados a reduzir de maneira responsável a população carcerária e é possível esperar novas transferências nas próximas semanas", disse à AFP um funcionário da administração.

Durante o ano, os Estados Unidos libertaram no total 28 presos de Guantánamo. Dos 127 que restam, as autoridades aprovaram a libertação de 59 deles, que podem voltar ao seu país de origem ou a uma terceira nação. No início de dezembro, seis destes 28 chegaram ao Uruguai, que os acolheu como refugiados. Depois de passar alguns dias hospitalizados, a central sindical uruguaia lhes deu uma casa.

Esta foi a primeira transferência de Guantánamo a um país sul-americano e a segunda à América Latina, depois que El Salvador acolheu em 2012 como refugiados dois presos uigures, que depois deixaram o país. Mais tarde, em 20 de dezembro, a administração decidiu repatriar quatro afegãos.

Os esforços de Obama para fechar Guantánamo foram frustrados até agora pela oposição no Congresso e pela dificuldade em encontrar países receptores dos prisioneiros, que muitas vezes são rejeitados em suas nações sob suspeita de estar vinculados a terrorismo.

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