Agência France-Presse
postado em 31/12/2014 09:48
Um tribunal chinês anunciou nesta quarta-feira (31/12) que pagará 2 milhões de iuanes (265 mil euros) aos pais de um jovem de 18 anos executado em 1996 por um crime que não cometeu.O montante exato da soma oferecida como indenização pelo erro judicial é de 2.059.621,40 iuanes, informou o tribunal em um comunicado, sem explicar o sistema de cálculo. Este caso é pouco comum porque é muito raro que a instituição judicial admita erros.
O adolescente de origem mongol, de nome Hugjiltu, foi condenado à morte por um estupro seguido de assassinato, em sua região do interior da Mongólia, razão pela qual foi executado. Em 2005 outro homem reconheceu ter sido o autor deste crime. A família do adolescente travou uma luta durante dez anos para que um novo julgamento fosse realizado.
Finalmente, em 15 de dezembro a situação mudou: os fatos e provas que motivaram o veredicto do julgamento inicial "eram insuficientes e não eram determinantes o bastante", declarou o alto tribunal popular da cidade de Hohhot, após o novo julgamento. Os policiais que trataram o caso foram investigados, indicou a imprensa na ocasião.
Os testemunhos fornecidos na época pelo acusado "são incompatíveis com o relatório da necropsia" da vítima, acrescentou o tribunal, anunciando finalmente: "Hugjiltu é declarado inocente". O sistema judicial chinês, submetido à autoridade do Partido comunista, comete abusos com frequência.